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Futuro político de Monti se torna um enigma para a Itália

Segundo uma pesquisa publicada neste domingo, 30% do eleitorado apoia Monti como candidato, mas 61% se opõe a esta possibilidade


	O primeiro-ministro italiano, Mario Monti vive os últimos dias de sua legislatura e o presidente Napolitano também conta seus últimos meses como chefe do Estado da Itália
 (Andreas Solaro/AFP)

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti vive os últimos dias de sua legislatura e o presidente Napolitano também conta seus últimos meses como chefe do Estado da Itália (Andreas Solaro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2012 às 14h06.

Roma - O futuro político do primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, continua sendo um enigma para a Itália após a reunião de uma hora e meia que realizou neste domingo com o presidente da República, Giorgio Napolitano.

Após o encontro, cujo conteúdo não foi divulgado, o ex-comissário europeu foi perguntado pelos jornalistas se havia "esclarecido" os temas com Napolitano, ao que respondeu com um: "Feliz Natal, muitas, muitas felicidades".

O presidente da República também não revelou detalhes da conversa e disse aos meios de comunicação que, se as coisas precisam ser esclarecidas, "Monti fará isso, não eu".

Por outro lado, o ministro de Cooperação e Integração, Andrea Riccardi, assegurou que sabe que "Monti falará ao país e fará um discurso argumentado (...), no qual explicará os motivos de sua decisão". Mas não disse quando isso acontecerá.

Os analistas garantem que Monti abordou seu futuro político com Napolitano e, especialmente, sua condição de senador vitalício pela qual, segundo advertiu recentemente o chefe do Estado, não poderia apresentar-se como candidato ao pleito de 2013.

A falta de apoio do partido de Silvio Berlusconi, Povo da Liberdade (PDL), no Parlamento e as duras críticas sobre sua gestão vertidas pelo secretário-geral da formação, Angelino Alfano, levaram Monti a anunciar a Napolitano, no último dia 8 de dezembro, sua intenção "irrevogável" de renunciar após a aprovação da Lei de Orçamentos, o que deve acontecer entre sexta e sábado.


Uma vez apresentada a renúncia, Napolitano deverá dissolver as câmaras, o que está previsto que ocorra entre o Natal e o Ano Novo, e convocará eleições provavelmente para meados de fevereiro.

No entanto, durante a última visita de Monti a Bruxelas, os líderes europeus lhe encorajaram a não abandonar a arena política italiana antes de 2013, que desponta difícil do ponto de vista econômico e dado que muitas das reformas impulsionadas por ele não chegaram a ser aprovadas.

Segundo Elmar Brok, assessor da chanceler alemã Angela Merkel, a governante alemã comentou há poucos dias que não quer interferir no debate interno sobre quem será o futuro primeiro-ministro da Itália, mas ressaltou que vai "trabalhar para que se conserve a linha política atual".

Essa informação foi publicada hoje no jornal "Corriere della Sera", que entrevistou Brok, membro do Partido Popular Europeu (PPE) e presidente do Comitê de Relações Exteriores no Parlamento Europeu.

Os analistas não descartam então que Monti se apresente como candidato às eleições de 2013.

Segundo uma pesquisa publicada hoje também pelo "Corriere della Sera", 30% do eleitorado - em particular cidadãos de meia idade com estudo superior - apoia Monti como candidato, mas 61% se opõe a esta possibilidade.

Monti vive os últimos dias de sua legislatura e o presidente Napolitano também conta seus últimos meses como chefe do Estado da Itália, já que seu mandato termina no próximo mês de maio, e, por isso, esse cargo - segundo os analistas - poderia constituir outra possibilidade para o atual primeiro-ministro.


Por outro lado, Berlusconi, cujo partido precipitou a renúncia do ex-comissário da UE, disse hoje que, se Monti quisesse, poderia ser o unificador dos moderados para as eleições gerais de 2013.

"Se Monti aceitasse o convite que tantas vezes lhe enviei, (...) não atiraríamos pela janela uma chance histórica para ganhar as eleições", afirmou Berlusconi, que recentemente anunciou sua candidatura ao pleito e cujo partido, segundo as enquetes, tem 15% das intenções de voto.

No Partido Democrata (PD), ao qual as pesquisas outorgam cerca de 30% dos votos, também há um amplo espectro de eleitores que apoiaria Monti, mas não seu secretário-geral e candidato, Pier Luigi Bersani, que convidou o ex-comissário europeu a manter-se à margem da corrida eleitoral.

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