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Futuro da dinastia imperial do Japão depende de menino de 13 anos

O Japão só permite que homens assumam o Trono do Crisântemo e o nascimento de Hisahito, em 2006, foi visto como um milagre por conservadores

Hisahito: príncipe foi o primeiro membro masculino da família imperial a nascer desde 1965 e agora tem 13 anos (Koji Sasahara/Pool/Reuters)

Hisahito: príncipe foi o primeiro membro masculino da família imperial a nascer desde 1965 e agora tem 13 anos (Koji Sasahara/Pool/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de outubro de 2019 às 16h05.

Tóquio — Quando Hisahito, o príncipe mais jovem do Japão, esteve no Butão em sua primeira viagem ao exterior em agosto, poucos meses depois de seu tio Naruhito se tornar imperador, a viagem foi vista como a estreia de um futuro monarca na arena mundial.

A visita, na qual saudou seus anfitriões com um kimono "hakama" tradicional e se arriscou no arco e flecha, foi uma exposição pública rara do menino, em cujos ombros está depositado o futuro da monarquia.

O imperador Naruhito, de 59 anos, que se tornou monarca no dia 1º de maio devido à abdicação de seu pai, Akihito, será entronizado em uma cerimônia no dia 22 de outubro diante de dignitários nacionais e estrangeiros.

O Japão só permite que homens assumam o Trono do Crisântemo, e qualquer mudança na lei de sucessão é um anátema para os conservadores que apoiam o primeiro-ministro, Shinzo Abe.

Único membro masculino da realeza em sua geração, Hisahito, de 13 anos, é o segundo na linha sucessória ao trono, vindo atrás de seu pai, o príncipe herdeiro Akishino, de 53 anos, o irmão caçula do imperador.

"Pelas regras de sucessão atuais, o príncipe Hisahito... eventualmente arcará com o fardo inteiro de perpetuar a família imperial", disse o jornal Asahi em um editorial neste ano.

"A pressão que este príncipe sofrerá eventualmente é formidável demais para se contemplar".

O nascimento de Hisahito, em 2006, foi visto como um milagre por conservadores ansiosos por preservar a sucessão exclusivamente masculina.

Nenhum membro masculino imperial nascia desde 1965, e após oito anos de casamento a esposa do imperador, Masako, deu à luz uma menina, a princesa Aiko, o que provocou iniciativas para revisar a sucessão e permitir que mulheres herdem o trono e o passem adiante.

Mas a chegada de Hisahito freou tais iniciativas. "Os conservadores sentiram que a vontade dos céus foi revelada", disse Hidehiko Kasahara, professor de ciência política da Universidade Keio.

Agora, a mídia e alguns especialistas se perguntam se Hisahito está sendo preparado adequadamente para o futuro.

"É importante fazê-lo perceber que está em posição de herdar o trono quando estiver interagindo com as pessoas, e tê-las em mente, mesmo com pouca idade", opinou Kasahara.

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