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Fúria do mar castiga organização ambientalista na Antártida

Uma onda gigante deixou de fora de combate um dos navios da Sea Shepherd, logo após o início de sua nova campanha contra baleeiros japoneses

A oitava campanha do Sea Shepherd foi denominada como 'Operação Vento Divino' (Elliot K/Wikimedia Commons)

A oitava campanha do Sea Shepherd foi denominada como 'Operação Vento Divino' (Elliot K/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2012 às 10h06.

Sydney - A fúria do mar castigou a organização ambientalista Sea Shepherd, ao deixar fora de combate um de seus navios, logo após o início de sua nova campanha contra os navios baleeiros japoneses que trabalham na Antártida.

Após este revés, o capitão Alex Cornelissen, do navio Bob Barker, explicou à Agência Efe que agora sente 'um pouquinho mais de pressão', embora tenha garantido que a Sea Shepherd prosseguirá com seu objetivo de defender as baleias.

O Bob Barker, um navio projetado para quebrar o gelo, forma junto com o Brigitte Bardot e o Steve Irwin a frota enviada em dezembro à região pela Sea Shepherd com o propósito de impedir que os navios baleeiros japoneses capturem nesta temporada 900 cetáceos com supostos 'fins científicos'.

Porém, na quarta-feira passada, uma gigantesca onda de seis metros abriu uma rachadura no casco e danificou um dos pontilhões do Brigitte Bardot, um navio equipado com potentes motores e adquirido há pouco tempo.

Este incidente ocorreu cerca de 2,4 mil quilômetros ao sudoeste do litoral do porto australiano de Fremantle, quando o navio, com 10 tripulantes a bordo, tentava acompanhar a embarcação japonesa Nisshin Maru.

Agora, o Brigitte Bardot, que foi adquirido depois que o Ady Gil afundou em janeiro do ano passado, navega de volta a Fremantle para ser reparado, um trabalho 'que durará meses', afirmou Cornelissen.

Além disso, o navio Steve Irwin, que já prestou ajuda à organização, vai escoltarao Sea Shepherd até o porto e depois voltará 'o mais rápido possível' para se unir à campanha realizada pelo Bob Parker.

A oitava campanha do Sea Shepherd foi denominada como 'Operação Vento Divino', como a dos pilotos kamikazes japoneses que combateram durante a Segunda Guerra Mundial.

Este nome tem o objetivo enviar aos navios baleeiros a mensagem de que serão perseguidos com 'ferocidade', para tentar acabar com a temporada de caça às baleias.


O Japão, país com uma forte tradição baleeira, investiu US$ 29 milhões para reforçar a proteção de seus três navios comandados por Yushin Maru, que partiu este mês rumo à Antártida.

O Governo japonês aumentou a segurança nos navios por causa da estratégia agressiva desenvolvida pela organização ambientalista, que realizou abordagens, lançou bombas de efeito moral contra os navios e colocou seus ativistas atracados no casco dos baleeiros, ações que forçaram a frota japonesa a suspender em fevereiro a temporada anual de caças às baleias.

O capitão Cornelissen garantiu que o objetivo imediato é o de localizar a embarcação Nisshin Maru, embora tenha admitido que será 'difícil', especialmente agora que a Sea Shepherd ficou sem o Brigitte Bardot, um navio que 'é rapidíssimo'.

A campanha também será realizada em uma das zonas mais remotas e inóspitas do planeta como são as águas antárticas, onde neste momento há 'bastante gelo', além de ondas enormes, explicou o capitão do Bob Barker.

'A pequena frota japonesa está descendo rumo à região (antártica) e ainda há tempo porque não começaram sua campanha (de caça)', explicou Cornelissen em entrevista à Efe por telefone.

A caça comercial de baleias está proibida desde 1986, mas diversas exceções permitiram a países como Japão, Islândia e Noruega continuarem com as capturas.

No Japão a captura das baleias foi retomada em 1987 alegando motivos científicos e, desde então, no entanto, o consumo da carne destes mamíferos se reduziu nos restaurantes japoneses nos últimos anos.

A Austrália apresentou no ano passado um requerimento na Corte Internacional de Justiça contra a caça japonesa de baleias, por considerar que tem fins comerciais e não científicos, enquanto vários países latino-americanos pediram ao Japão que ponha fim a esta prática. 

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