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Furacão Irma provoca grandes danos em ilhas no Caribe

De categoria cinco, o furacão se desloca para o oeste-noroeste e ameaça Anguilla, as ilhas Virgens britânicas, a ponta leste de Porto Rico e talvez o Haiti

Furacão Irma: com cerca de 50 quilômetros de diâmetro, o olho do furacão permaneceu por volta de uma hora e meia na ilha francesa de St. Barts (Alvin Baez/Reuters)

Furacão Irma: com cerca de 50 quilômetros de diâmetro, o olho do furacão permaneceu por volta de uma hora e meia na ilha francesa de St. Barts (Alvin Baez/Reuters)

A

AFP

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 14h38.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 14h48.

O furacão Irma causou danos materiais significativos nas ilhas de Saint Barts e Saint Martin, no Caribe, depois de atingir o solo na ilha de Barbuda de madrugada, com rajadas de até 295 km/h.

De categoria cinco, a mais alta na escala que mede esses fenômenos, o furacão se desloca para o oeste-noroeste e ameaça Anguilla, as ilhas Virgens britânicas, a ponta leste de Porto Rico e talvez o Haiti.

Com cerca de 50 quilômetros de diâmetro, o olho do furacão permaneceu por volta de uma hora e meia na ilha francesa de St. Barts e, na sequência, castigou a ilha franco-holandesa de St. Martin.

"O mar está batendo com uma violência extrema na costa, e há uma grande submersão das zonas baixas do litoral", informou a agência meteorológica francesa Météo France.

"Os danos materiais já são significativos", declarou a ministra francesa de Ultramar, Annick Girardin, relatando "telhados arrancados" e cortes nas comunicações entre Paris e essas ilhas francesas das Antilhas.

No Twitter, Giradin anunciou que, nesta quarta à noite, parte para Guadalupe, "com novos reforços humanos e materiais para a zona".

Irma chegou de madrugada à ilha de Barbuda, com ventos de até 295 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, e segue avançando pelo Caribe. Lá, deve provocar tempestades e ondas gigantes.

O avião que leva o papa Francisco para a Colômbia teve de fazer um desvio de rota para evitar o furacão.

A ilha francesa de Guadalupe, mais ao sul das Antilhas, não sofreu a destruição que se temia. O alerta vermelho de furacão foi suspenso nesta quarta.

Quando passou pelo Atlântico, Irma tinha "uma intensidade sem precedentes", informou a agência Météo France.

Irma já é mais potente do que os furacões Luis (1995, St. Martin), Hugo (1989, 15 mortos em Guadalupe) e Harvey. Este último castigou os estados americanos do Texas e de Louisiana, deixando 42 mortos e mais de 100 bilhões de dólares em danos materiais.

O vento de um poder destruidor se intensificará nas duas ilhas com o passar das horas. A pior etapa é esperada para entre 6h e meio-dia local (7h e 11h, em Brasília), com rajadas acima de 300 km/h.

Os serviços meteorológicos já mediram rajadas de até 360 km/h, o que não se vê desde o furacão Gilbert, em 1988.

Também estão previstas chuvas torrenciais.

"A casa treme"

A passagem do olho do furacão se viu acompanhada "de uma tranquilidade temporária e enganosa", relata Jérôme Lecou, da Météo France.

Ele adverte, porém, que, em seguida, "vem um muro de nuvens e ventos que provocam as condições mais extremas".

Em um primeiro momento, a Météo France registrou ventos de até 244 km/h em St. Barts, uma das ilhas favoritas do "jet-set". A atualização dos dados não foi possível, porque o órgão perdeu seus instrumentos de medição no terreno, arrastados pelo próprio furacão.

"O vento se intensifica, a casa treme", conta Bruno, de 57 anos, falando por telefone nessa ilha francesa.

Pelo barulho, Bruno - que já vivenciou "Hugo, Maryline, Luis, Gonzalo, Georges" - considerou que Irma "é mais violento do que Gonzalo, ou Maryline. Em relação a Hugo, vamos saber depois".

O ministro francês do Interior, Gérard Collomb, declarou que, "por enquanto", não há registro de mortos em St. Martin.

A televisão pública holandesa, NOS, indicou que o furacão provocou "enormes danos" em St. Martin e mostrou imagens tuitadas pela Rádio Caraibes International. Nelas, é possível ver carros abandonados e meio submersos, além de barcos danificados, ou destruídos.

"Recebemos informações de telhados arrancados em Barbuda" e em Antígua, declararam os serviços de resgate presentes.

Em um tuíte por volta das 12h GMT (9h, em Brasília), o comandante da Marinha de Guerra holandesa no Caribe, Peter Jan de Vin, disse que a ilha de St. Eustace se encontrava no olho do furacão.

"O barulho do vento se parece com o de um trem de carga. Relatos de telhados arrancados", tuitou o governador da ilha de Saba (outro território de ultramar holandês), Jonathan Johnson.

Ainda há "incerteza" em relação à Flórida, completou, referindo-se à possibilidade de Irma chegar à costa oeste, ou rumar para o leste.

"Os dois cenários são plausíveis", comentou.

O presidente americano, Donald Trump, já declarou estado de emergência na Flórida, em Porto Rico e nas Ilhas Virgens para liberar recursos de urgência, se necessário, pela passagem do Irma. A evacuação das ilhas de Key West, no extremo sul da Flórida já está em curso.

"Acompanho de perto o furacão. Minha equipe, que fez e faz um trabalho muito bom no Texas, já está na Flórida", tuitou o presidente.

No Haiti, que ainda não se recuperou do furacão Matthew de outubro passado, a população recebeu apenas um alerta da chegada do Irma.

A AFP verificou que, nos bairros pobres da segunda maior cidade do país, Cap-Haitien, com construções frágeis e improvisadas, ninguém foi alertado.

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