Mundo

Fundo Amazônia começa a distribuir recursos para projetos

O Fundo Amazônia capta doações para investimentos não reembolsáveis em projetos que auxiliem na proteção, conservação e no uso sustentável do Bioma Amazônia


	Encontro "Diálogos Governo e Sociedade Civil: Fundo Amazônia": ao todo, foram formalizados 18 projetos, no valor de R$ 15,4 milhões, em oito estados.
 (Wilson Dias/ABr)

Encontro "Diálogos Governo e Sociedade Civil: Fundo Amazônia": ao todo, foram formalizados 18 projetos, no valor de R$ 15,4 milhões, em oito estados. (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 15h30.

Brasília – Um ano após parceria firmada na Rio+20 para operacionalizar recursos do Fundo Amazônia, o Fundo Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmaram hoje (19), no Palácio do Planalto, os primeiros convênios com entidades da sociedade civil para a execução de projetos. O Fundo Amazônia capta doações para investimentos não reembolsáveis em projetos que auxiliem na proteção, conservação e no uso sustentável das florestas no Bioma Amazônia.

Ao todo, foram formalizados 18 projetos, no valor de R$ 15,4 milhões, em oito estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Tocantins. Entre os beneficiados estão agricultores familiares, extrativistas e povos indígenas. Participaram da cerimônia os ministros Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, e Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República.

Segundo o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Streit, a meta é aplicar R$ 100 milhões em projetos sustentáveis na Amazônia até 2016. Streit aponta a dificuldade para conseguir licença ambiental como um dos principais gargalos para a obtenção de recursos pelas associações. Para tentar resolver o problema, a fundação está abrindo um escritório em Manaus para atender a toda a região, com engenheiros ambientais e especialistas que vão assessorar as entidades na elaboração dos projetos.

“Algumas vezes, os projetos não atendem a requisitos técnicos, e as associações tentam fazer ao seu modo. Em outros casos, elas [associações] não têm internet. O escritório vai ajudar associações de toda a região a resolver problemas no projeto e obter informações sobre licenciamento mais facilmente nos próprios estados”, disse Streit à Agência Brasil.


Patxon Metuktire, do Instituto Raoni, que teve um projeto de aproximadamente R$ 1 milhão aprovado na área de extrativismo para a produção sustentável de artesanato, além de pequi, mel e óleo de copaíba em Mato Grosso, explicou que o projeto pretende capacitar e gerar renda própria para cerca de cinco etnias, com aproximadamente 5 mil índios no estado. Para ele, no entanto, o objetivo do Fundo Amazônia deve ser maior.

“É preciso fortalecer o fundo para que ele possa, na prática, preservar a floresta e, principalmente, os rios. Queremos proporcionar renda à nossa população para não permitir, por exemplo, a entrada de madeireiros, que derrubam a floresta ilegalmente”, disse Patxon.

A Cooperativa de Produtores Rurais Organizados para Ajuda Mútua (Coocaram) de Ji-Paraná, em Rondônia, que comercializa café e guaraná, tem 336 cooperados e receberá R$ 3 milhões para compra de veículos, equipamentos, construção de terreiros de secagem, assistência técnica, marketing e capacitações. Com os recursos, eles também vão trabalhar com castanha do Brasil, em parceria com povos indígenas e seringueiros.

“Com os recursos do fundo vamos consolidar a proposta do café orgânico na Amazônia ou do café sombreado, como é mais conhecido aqui. Vamos trabalhar as especificações, estruturar as cadeias produtivas e consolidar no mercado, além de levar o nome da Amazônia e do agricultor familiar para todos os países”, disse Leandro Dias Martins, gerente comercial da Coocaram, que desde 2010 exporta café para a Alemanha e a Itália.

A escolha dos projetos pela parceria do Fundo Banco do Brasil com o BNDES foi feita por seleção pública. O principal requisito é a comprovação de sustentabilidade por meio da licença ambiental. Os projetos têm prazo de execução definidos e são acompanhados pelo Fundo Amazônia, que tem entre suas principais fontes de recursos o governo da Noruega, o Banco de Desenvolvimento da Alemanha e a Petrobras.

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaFlorestasMeio ambiente

Mais de Mundo

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil

Xi Jinping defende ações da china para desenvolvimento sustentável no G20