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Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2012 às 16h45.
Haia - A fundação encarregada de cuidar do que sobrou do campo de concentração nazista de Amersfoort, no centro da Holanda, desistiu de colocar à venda cinquenta pedaços de arame farpado usados no campo durante a Segunda Guerra Mundial, após receber uma enxurrada de críticas, principalmente de organizações judaicas.
"Parece que irritamos algumas pessoas, e essa não era a minha intenção", declarou à AFP Ruijs Harry, diretor de Fundação "Kamp Amersfoort". "Por essa razão decidimos não vender" os pedaço.
"Em vez disso, nós daremos às pessoas que pedirem, como parentes de pessoas que passaram pelo campo", acrescentou.
A fundação havia anunciado na segunda-feira a sua intenção de vender a partir de quarta-feira fragmentos de arame farpado de até 15 centímetros cada. Os pedaços foram encontrados durante escavações arqueológicas nos últimos dois anos e seriam vendidos em uma exposição de objetos relacionados ao campo
O objetivo, assegurou Rujis, não era ganhar dinheiro, como algumas pessoas podem pensar, mas simplesmente cobrir os custos da exposição, cerca de 500 euros, "chamar a atenção para a importância de evidências físicas (do passado), cuja conservação custa dinheiro, e como uma lembrança de exposição".
Ruijs afirmou que entrou em contato com ex-prisioneiros do campo e com familiares de vítimas antes do projeto. Mas no dia seguinte ao anúncio, foi muito criticado.
"O arame farpado é o arquétipo do símbolo do campo de concentração, colocá-lo à venda não é aconselhável", defendeu Esther Voet, diretora adjunta do Centro holandês de informação e documentação sobre Israel (CIDI).
"Imagine se alguns pedaços fossem vendidos para neonazistas, seria insuportável", acrescentou.
Uma porta-voz do Conselho Central dos Judeus na Holanda se referiu uma iniciativa "de mau gosto e que fere o respeito às vítimas e suas famílias".
Entre 35.000 e 40.000 pessoas, das quais cerca de metade foi deportada para o campo de concentração nazista de Buchenwald, passaram pelo campo de Amersfoort durante a Segunda Guerra Mundial. A população do campo era extremamente variada, incluindo judeus, prisioneiros políticos e comunistas.
Não resta mais quase nada do campo de Amerfoort. Prédios usados na formação dos agentes de polícia foram construídos após a guerra onde estava localizado o campo, explicou Ruijs.