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Funcionários das refinarias da TotalEnergies retomam greve na França, apesar de acordo

"Os funcionários não aceitam a proposta da direção. Temos que renegociar", disse o secretário-geral da CGT

Sindicalistas e funcionários em greve se reúnem do lado de fora da refinaria TotalEnergies, em Donges, oeste da França (AFP/Divulgação)

Sindicalistas e funcionários em greve se reúnem do lado de fora da refinaria TotalEnergies, em Donges, oeste da França (AFP/Divulgação)

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AFP

Publicado em 14 de outubro de 2022 às 10h26.

Os funcionários das refinarias da TotalEnergies na França retomaram a greve que está provocando um desabastecimento de combustível, indicou nesta sexta-feira (14) o sindicato CGT, que rejeita o aumento salarial definido de madrugada entre o grupo e uma maioria sindical.

Pressionada pelo governo, a TotalEnergies concordou com um aumento salarial de 7% e um bônus entre 3.000 e 6.000 euros (2.940 a 5.875 dólares) na madrugada desta sexta-feira, em uma negociação que a CGT denunciou como uma "farsa".

"Os funcionários não aceitam a proposta da direção. Temos que renegociar", disse o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, à rádio France Info, lembrando que eles pedem um aumento de 10%.

O acordo foi feito com os sindicatos CFC-CGC e CFDT, que juntos representam 56% dos trabalhadores e que anunciaram que o assinaram no final da manhã desta sexta-feira.

No final de setembro, quatro refinarias da TotalEnergies e duas de sua rival Esso-ExxonMobil iniciaram uma greve para exigir aumento salarial em um contexto de inflação e benefícios extraordinários dos gigantes da energia, dos quais as duas últimas já caíram.

"Os funcionários decidiram voltar ao trabalho e apresentar um ultimato à direção para a negociação anual obrigatória em 6 de dezembro", disse à AFP Pierre-Antoine Auger, delegado sindical do FO, na refinaria Port-Jérôme-Gravenchon (norte).

Essa refinaria segue os passos da de Fos-sur-Mer (sul), cujos trabalhadores decidiram no dia anterior retomar as suas atividades, apesar do descontentamento com as medidas lançadas pelo governo nos últimos dias para obrigar os trabalhadores de dois depósitos de combustível a trabalhar.

A primeira-ministra Élisabeth Borne assegurou nesta sexta-feira que há "sinais de melhoria" no abastecimento de combustível e manifestou o seu apoio às populações afetadas pela mobilização, que classificou de "bloqueio".

A CGT recorreu da primeira das requisições, medida que a Justiça validou nesta sexta-feira como "necessária" para preservar a ordem pública, e promoveu uma frente sindical de quatro centrais que convocaram uma greve geral na próxima terça-feira para defender o direito de greve e pedir maiores remunerações.

Os efeitos da invasão russa da Ucrânia e a resposta de Moscou às sanções europeias estão sendo sentidos pelos franceses. Além do aumento dos preços da energia e dos alimentos, o governo pede que economizem energia para enfrentar o inverno boreal iminente.

A situação econômica também impulsionou paralelamente os lucros de grupos energéticos como a TotalEnergies, que no primeiro semestre de 2022 obteve lucros extraordinários de mais de 10 bilhões de dólares.

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