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Funai suspeita existência de tribos próximas a usinas

É possível que aldeia esteja a apenas 30 quilômetros de duas usinas, Jirau e Santo Antônio, ambas em Porto Velho

A empresa responsável pelas construções, Energia Sustentável do Brasil, se defende dizendo que a usina está distante dos índios (Divulgação/Funai)

A empresa responsável pelas construções, Energia Sustentável do Brasil, se defende dizendo que a usina está distante dos índios (Divulgação/Funai)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2012 às 14h35.

São Paulo - A construção de pequenas usinas hidrelétricas na região amazônica pode afetar diretamente as comunidades indígenas. Além de Belo Monte, que pode transformar os locais habitados por índios, a Funai (Fundação Nacional do Índio) descobriu vestígios de que existam tribos isoladas em áreas próximas às usinas do Rio Madeira.

Em outubro de 2011 a Expedição de Frente de Proteção Etnoambiental do Madeira, que percorre as proximidades do rio, encontrou vestígios que podem confirmar a presença indígena. Pegadas e galhos quebrados foram encontrados e na ocasião os integrantes do grupo também identificaram vozes nas florestas.

O resultado da expedição será divulgado em um relatório feito pela Funai, que deve ser finalizado em breve. Se isso for confirmado, é possível que a aldeia esteja a apenas 30 quilômetros de duas usinas, Jirau e Santo Antônio, ambas em Porto Velho.

A empresa responsável pelas construções, Energia Sustentável do Brasil, se defende dizendo que a usina está distante dos índios. 

No entanto, o uso da terra cuja proximidade abrigue povos indígenas não é tão simples assim. Segundo a Funai, a possibilidade de haver índios na região das usinas faz com que o governo tenha que restringir o uso da terra. “Eles [os indígenas] precisam de um território intacto, com água limpa. Não pode ter gente por lá, porque isso afeta a condição física dessas pessoas”, explicou Carlos Travassos, coordenador geral do Departamento de índios isolados da Funai.

O órgão, que preza pelo bem estar dos povos indígenas, irá realizar novas expedições durante este ano, para confirmar as suspeitas. Caso isso aconteça, a fiscalização em toda a área do Rio Madeira onde serão instaladas as usinas deverá sofrer aumento.

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