Mundo

Fugitivo que colaborou no atentado de Tóquio de 1995 se entrega após 16 anos

Makoto Hirata se entregou poucos minutos antes do fim do ano, segundo a imprensa local

O atentado foi executado por cinco membros da seita Verdade Suprema, perfuraram com seus guarda-chuvas vários pacotes de gá sarin colocados em trens de Tóquio no rush (Mark Thompson/Getty Images)

O atentado foi executado por cinco membros da seita Verdade Suprema, perfuraram com seus guarda-chuvas vários pacotes de gá sarin colocados em trens de Tóquio no rush (Mark Thompson/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2012 às 05h53.

Tóquio - Makoto Hirata, antigo membro da seita Verdade Suprema, responsável pelo atentado com gás sarin em 1995 no metrô de Tóquio, se entregou à polícia no sábado, poucos minutos antes de fim do ano, informou nesta segunda-feira (horário de Tóquio) a imprensa local.

Hirata, de 46 anos, se entregou em uma delegacia do distrito de Marunochi de Tóquio e foi reconhecido e detido por sua suposta colaboração no atentado perpetrado pela seita em 1995, o pior na história do japão, no qual morreram 13 pessoas e mais de 6.000 foram intoxicados.

O fugitivo, que estava na lista de pessoas mais procuradas do país, assegurou que se entregou porque estava cansado de fugir e levava uma mochila com dezenas de milhares de ienes, segundo detalhou a agência local de notícias 'Kyodo'.

O atentado foi executado por cinco membros da seita, entre os quais estava Hirata, que de maneira coordenada perfuraram com seus guarda-chuvas vários pacotes de sarin colocados em cinco trens do metrô de Tóquio em plena hora do rush da manhã do dia 20 de março de 1995.

Com a detenção de Hirata, ainda permanecem fugitivos dois suspeitos de participar do ataque no metrô de Tóquio, Naoko Kikuchi, de 40 anos, e Katsuya Takahashi, de 53.

Hirata também estaria envolvido no sequestro do notário de Tóquio Kiyoshi Kariya, que averiguava o desaparecimento de sua irmã, crente da Verdade Suprema, após abandonar a seita por causa das pressões para ceder ao guru do grupo, Shoko Asahara, vários milhões de ienes e propriedades imobiliárias de sua família.

Kariya morreu durante seu cativeiro no quartel-general da seita como resultado de uma overdose de drogas que lhe administraram médicos da organização, enquanto se acredita que Hirata poderia ter sido o motorista durante o sequestro, acrescentou a 'Kyodo'.

Nos últimos 15 anos, os tribunais japoneses processaram 189 membros da Verdade Suprema, emitiram cinco penas de prisão perpétua e confirmaram 13 penas de morte, entre elas a de Asahara.


Por enquanto, nenhuma das execuções foi realizada porque a lei japonesa estabelece que todas as sentenças dos cúmplices do delito devem ser confirmadas antes de poder se aplicar a pena capital.

A seita Verdade Suprema (Aum Shinrikyo, em japonês) foi criada em 1984, quando seu líder Asahara, cujo nome real é Chizuo Matsumoto, abriu um pequeno seminário de ioga no bairro de Shibuya, em Tóquio.

Asahara conseguiu coaptar vários membros da elite universitária japonesa, o que impulsionou o crescimento da estrutura e transformou a seita em uma poderosa organização subdividida em 'ministérios', com capacidade para produzir agentes químicos e armas leves, e que inclusive chegou a adquirir um helicóptero militar russo.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaJapãoPaíses ricosTerrorismoTerroristas

Mais de Mundo

Juiz adia indefinidamente sentença de Trump por condenação em caso de suborno de ex-atriz pornô

Disney expande lançamentos de filmes no dinâmico mercado chinês

Polícia faz detonação controlada de pacote suspeito perto da Embaixada dos EUA em Londres

Quem é Pam Bondi indicada por Trump para chefiar Departamento de Justiça após desistência de Gaetz