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Fronteira com a Irlanda do Norte será "invisível" após o Brexit, diz May

A primeira-ministra britânica viajará amanhã à Irlanda do Norte, onde visitará a fronteira para saber "as preocupações" da população em relação ao Brexit

As viagens diárias continuarão sem interrupções e não haverá postos de controle ou uma infraestrutura na fronteira que as impeça, disse May (Wolfgang Rattay/Reuters)

As viagens diárias continuarão sem interrupções e não haverá postos de controle ou uma infraestrutura na fronteira que as impeça, disse May (Wolfgang Rattay/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de julho de 2018 às 11h55.

Londres - A primeira-ministra britânica, Theresa May, ressaltou em comunicado divulgado nesta quarta-feira que a fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte continuará sendo "invisível" depois que o Reino Unido sair da União Europeia (UE).

May viajará amanhã à Irlanda do Norte - que integra o Reino Unido -, onde visitará pontos na fronteira para saber "as preocupações" da população em relação ao Brexit.

"Reconheço totalmente como os seus meios de vida, amigos e parentes dependem da liberdade de movimento para atravessar livremente a fronteira para viver e trabalhar no dia a dia", disse a governante.

O governo britânico se comprometeu a evitar o restabelecimento de uma barreira com a República da Irlanda, medida fundamental para ambas as economias e também para o processo de paz.

"As viagens diárias continuarão sem interrupções e não haverá postos de controle ou uma infraestrutura na fronteira que as impeça", afirmou a primeira-ministra.

Qualquer divisa entre o Reino Unido e a UE após o Brexit, lembrou May, também não se situará no Mar da Irlanda, pois o objetivo é "preservar a integridade do mercado interno" de todo o país e "a posição da Irlanda do Norte nele".

A UE advertiu que a região deverá permanecer alinhada com algumas normas do mercado único e a união aduaneira se o restante do país (Inglaterra, Escócia e País de Gales) abandonar definitivamente esses espaços econômicos e Londres não apresentar alternativas viáveis para manter a fronteira norte-irlandesa aberta.

May rejeitou essa opção diante da pressão de membros do próprio governo e de seu partido, assim como do Partido Unionista Democrático (DUP), o principal representante da comunidade protestante norte-irlandesa e do qual depende para governar em minoria.

A primeira-ministra também se reunirá amanhã com os principais partidos políticos da região, assim como com líderes empresariais e comunitários. Na sexta-feira, fará um discurso em Belfast para expôr a estratégia de saída da UE.

Esse texto, pactuado com seu gabinete em 6 de julho, provocou a renúncia de dois ministros por propor a criação de um mercado comum de bens Reino Unido-UE com certa harmonização na regulação, algo inaceitável para os partidários de um Brexit duro ou da ruptura total com a UE.

O novo ministro para a saída da UE, Dominic Raab, que substituiu David Davis no posto, se reunirá na quinta-feira com o negociador-chefe do bloco, Michel Barnier, cuja resposta ao plano britânico determinará a evolução do governo.

"Desde o começo das negociações, o governo britânico pôs as circunstâncias únicas da Irlanda do Norte no centro destas conversas. E nada afetará o nosso compromisso para proteger o processo de paz", acrescentou May nesta quarta-feira.

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