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Frio severo nos EUA causa mortes, caos nos transportes e 'congela' campanha eleitoral

Apenas neste sábado, 44 milhões de pessoas estavam sob alerta climático de inverno, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional; são esperadas mínimas quase recordes no Centro-Oeste do país temperatas abaixo de zero no Sul e ventos frios de até 50 graus negativos

Iowa teve forte frio, com temperaturas de -20º C no dia da votação (Chip Somodevilla/Getty Images)

Iowa teve forte frio, com temperaturas de -20º C no dia da votação (Chip Somodevilla/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 14 de janeiro de 2024 às 10h07.

A queda das temperaturas, o vento forte e muita neve em várias regiões dos Estados Unidos deixaram mortos, impactaram os serviços de transporte e "congelaram" a reta final da campanha eleitoral para as primárias republicanas, na segunda-feira, em Iowa. Quase 1.900 voos foram cancelados em todo o país no sábado, de acordo com flightaware.com.

A previsão para os próximos dias é de temperaturas ainda mais baixas. De acordo com a NBC News, são esperadas mínimas quase recordes no Centro-Oeste do país temperatas abaixo de zero no Sul e ventos frios de até 50 graus negativos em Montana e no oeste de Dakota do Norte e do Sul. Apenas na noite deste sábado, 44 milhões de pessoas estavam sob alerta climático de inverno, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional, e um alerta de tempestade estava em vigor para 18 milhões.

Os meteorologistas alertaram sobre "condições de nevasca bastante intensas" em grande parte do estado do Meio-Oeste, já que o Serviço Meteorológico Nacional (NWS) disse que rajadas de vento de 80 a 89 km/h, combinadas com neve, poderiam reduzir a visibilidade.

Mais a oeste, o NWS disse que Montana, Dakota do Sul e do Norte poderiam ver temperaturas tão baixas quanto 40 graus Celsius negativos.

“Essas temperaturas aparentes extremas representarão um risco de congelamento da pele exposta e hipotermia”, alertou a agência.

O clima de inverno também ameaçou os principais jogos de futebol no fim de semana, com a NFL entrando na pós-temporada.

As comunidades no oeste dos Estados Unidos também devem ser atingidas pela neve, à medida que um sistema de tempestade colide com o ar gelado do Ártico.

Esperava-se um acúmulo de neve considerável em partes de Oregon, Idaho e Utah, enquanto granizo e chuva congelante eram esperados no Sul e Nordeste.

Campanha 'congelada'

As condições do tempo congelaram a reta final da campanha no estado americano de Iowa. Líder nas sondagens de voto, Donald Trump cancelou a viagem à região neste sábado, apenas dois dias antes de os eleitores manifestarem suas preferências.

A votação de segunda-feira é a primeira da corrida para a Casa Branca em 2024, mas o clima extremo dificultou os últimos esforços dos candidatos pela preferência do eleitores de Iowa. Trump prometeu comparecer a um evento na regão, apesar do tempo, mas acabou convertendo as aparições planejadas para o fim de semana em telecomícios "por muita cautela", disse sua campanha.

Com temperaturas na capital Des Moines em torno de 17 graus Celsius negativos e com previsão de queda ainda maior durante a noite, as ruas estavam desertas no sábado, exceto para trabalhadores de remoção de neve, segundo jornalistas da AFP no local.

A tempestade será seguida por um “surto ártico” de “frio intenso”, de acordo com o NWS, com a sensação térmica caindo abaixo de -34 Celsius em Iowa e em toda a região no fim de semana.

Outros cinco ou mais centímetros de neve foram previstos para o estado, totalizando até 25 centímetros em algumas áreas.

'Levar as pessoas às urnas'

O clima levantou sérias preocupações sobre o comparecimento à votação das primárias, enquanto os aspirantes à Casa Branca, Ron DeSantis e Nikki Haley, buscam ultrapassar Trump ou pelo menos manter vivas suas candidaturas.

O governador republicano de Iowa, Kim Reynolds, prometeu "levar as pessoas às urnas na noite do caucus", independentemente do clima.

Depois de transferir todos os eventos de sexta-feira para plataformas online, a ex-embaixadora da ONU e governadora da Carolina do Sul, Haley, tinha um evento de campanha agendado na cidade de Davenport no sábado.

DeSantis também planejou se reunir com os eleitores em Des Moines no sábado.

“Queremos vencer, estamos aqui para obter todos os votos que pudermos”, disse o governador da Flórida, de 45 anos, aos repórteres na sexta-feira.

Por sua vez, Trump conta com uma vitória expressiva em Iowa para ajudá-lo a conseguir rapidamente a nomeação nas eleições de novembro, mesmo com as suas quatro acusações criminais em andamento em tribunais americanos.

“Não perderíamos isso por nada”, disse Trump em um vídeo postado em sua plataforma Truth Social.

Os voos que transportavam milhares de repórteres e observadores políticos para Iowa foram cancelados ou redirecionados para estados vizinhos, também enfrentando as consequências da enorme tempestade.

Em Illinois, que faz fronteira com Iowa a leste, a mídia local informou que mais de 100 mil residências ficaram sem energia na sexta-feira quando o vento e a neve atingiram o estado. À noite, as luzes voltaram a acender para a maioria dos clientes.

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