O presidente americano, Barack Obama, faz campanha em Cincinnati, Ohio, em 4 de novembro (Chip Somodevilla/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2012 às 20h20.
Chicago (EUA) - A equipe que tenta a reeleição do presidente Barack Obama trabalhou contra o relógio neste fim de semana no quartel-general da campanha em Chicago, onde a prioridade agora é assegurar a máxima participação nas urnas.
''Em muitos estados o voto antecipado acabou na sexta-feira e no sábado, ou seja, estivemos trabalhando sem parar para mobilizar os eleitores'', explicou à Agência Efe Stéphanie Cutter, número dois da campanha de Obama, em entrevista em seu escritório no sexto andar do arranha-céu Prudential no número 130 da rua East Randolph.
Ali estarão reclusos, até terça-feira, dia do pleito, centenas de membros da equipe de reeleição, que seguirão ''minuto a minuto'' a evolução da jornada eleitoral.
Os organizadores do trabalho nos estados se deslocaram a distintas partes do país para supervisionar os preparativos para terça-feira. Em Chicago ficou o Estado-Maior da campanha, a operação política e os responsáveis de coordenar as entrevistas de Obama com meios de comunicação de todo o país.
A atividade neste centro nervoso dos democratas é incessante, com um constante ir e vir de uma equipe majoritariamente jovem, entusiasmada e comprometida com a causa do atual presidente.
''A maioria das pessoas aqui, sobretudo na direção, são as mesmas da campanha de 2008'', conta Stéphanie. ''Estivemos trabalhando com ele desde 2007. Trabalhamos com ele na Casa Branca e depois voltamos à campanha, ou seja, somos um grupo comprometido'', acrescenta.
Algumas coisas, no entanto, mudaram muito em relação à histórica campanha de 2008 que levou Obama à Casa Branca.
Uma das grandes diferenças, e o segredo mais bem guardado no número 130 da East Randolph, é a criação de um novo grupo de quase 100 engenheiros, programadores, analistas e até mesmo um astrofísico que transformaram a forma de reunir e processar informação sobre os eleitores.
Esses ''gurus tecnológicos'' estão também no sexto andar do Prudential, mas em uma seção à qual a imprensa não tem acesso.
O grupo, segundo a revista ''Mother Jones'', iniciou uma nova maquinaria política em Chicago que, durante esta longa e apertada briga pela Casa Branca, se dedicou a processar quantidades de informação sem precedentes e a utilizar esses dados para gerar dinheiro, voluntários e, em última instância, votos.
À frente dessa seleta equipe está Harper Reed, o diretor tecnológico da campanha, um jovem de 34 anos que criou as bases de dados que alimentaram a estratégia da reeleição.
Stéphanie se nega a dar detalhes do que acontece nessa outra ala do prédio: ''Não posso falar disso'', se limita a dizer, reconhecendo apenas que esta campanha ''é muito superior'' tecnologicamente à de 2008.
Para Stéphanie, de todos os modos, essa análise em massa de dados e as decisões que derivam dela não é a peça essencial da estratégia de reeleição.
''Analisamos muita informação pública para determinar onde estão nossos eleitores, mas o mais importante que construímos é uma equipe de líderes nacionais, gente que vive em bairros de todo o país e que estiveram persuadindo os eleitores'', comenta.
''Esse é nosso principal recurso e é um princípio organizativo do qual carece a campanha (do candidato republicano, Mitt) Romney'', garante a estrategista, acrescentando que os democratas têm ''um pequeno microcosmos em cada bairro'', que reflete uma metodologia de organização ''muito pessoal'' e distinta dos tradicionais escritórios de campanha de seus rivais.
Apesar do esgotamento final (''Não se nota?'', brinca Stéphanie), a equipe de reeleição mantém o entusiasmo e a confiança na vitória.
As eleições de terça-feira serão, segundo suas previsões, ''históricas'', com ''participação recorde'' e nas quais o voto latino será ''incrivelmente importante'' para os democratas.