Mundo

Freiras italianas são estupradas e assassinadas no Burundi

Três freiras italianas foram estupradas e brutalmente assassinadas no domingo e nesta segunda-feira em um convento de Kamenge, no Burundi


	Burundi: crime provocou horror na Itália e no Burundi
 (Wikimedia Commons/Andreas31)

Burundi: crime provocou horror na Itália e no Burundi (Wikimedia Commons/Andreas31)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2014 às 12h33.

Bujumbura - Três idosas freiras italianas foram estupradas e brutalmente assassinadas no domingo e nesta segunda-feira em um convento de Kamenge, na periferia de Bujumbura, provocando horror na Itália e no Burundi.

"O assassino degolou no domingo duas freiras, a irmã Lúcia, de 75 anos, e a irmã Olga, de 83 anos, antes de atacar outra com golpes de pedra no rosto", declarou à AFP o vice-diretor-geral da polícia do Burundi, o general Godefroid Bizimana.

"O corpo de uma terceira religiosa decapitada foi encontrada às 3h00 da manhã desta segunda-feira no mesmo convento", acrescentou.

De acordo com o porta-voz da polícia do Burundi, o coronel Helmegilde Harimenshi, as três freiras foram estupradas.

Membros da Congregação das Irmãs de Maria, ramo feminino da ordem dos Xaverianos - do jesuíta São Francisco Xavier -, vivem no convento da paróquia católica Guido Maria Conforti de Kamenge, ao norte de Bujumbura.

Em Roma, as autoridades confirmaram a morte das três irmãs, bem como a identidade das duas primeiras.

De acordo com a diocese de Parma (Itália), as duas primeiras vítimas foram mortas durante uma tentativa de assalto liderada por "uma pessoa desequilibrada".

Mas a polícia do Burundi assegurou que o assassino não roubou nada do local.

O padre Mario Pulcini, sacerdote italiano instalado em Kamenge, explicou que a terceira vítima, a irmã Bernadette Boggia, de 79 anos, o telefonou em torno da meia-noite, pois havia ouvido barulhos no convento.

Depois de ouvir gritos às 2h00, ele encontrou o corpo da irmã Bernadette em seu quarto, "deitado em uma poça de sangue, com a cabeça decapitada (...) e seu rosto com sinais de espancamento," continuou.

"Os criminosos haviam abusado dela como tinham violado as outras duas irmãs mais cedo", explicou o padre. "Como podem fazer isso a uma irmã de 80 anos?"

Duas outras freiras, uma ruandesa e outra congolesa, também dormiam no convento, mas não ouviram nada, segundo o padre.

A polícia identificou um jovem como o suspeito dos dois primeiros assassinatos e investigam as circunstâncias exatas do terceiro.

O papa Francisco expressou seus sentimentos em uma mensagem ao bispo Evariste Ngonagoye, arcebispo de Bujumbura.

Ele elogiou as "fieis e dedicadas religiosas" e expressou "sua proximidade com a sua comunidade religiosa e às famílias das vítimas".

O ministro das Relações Exteriores italiano, Federica Mogherini, já havia expressado em comunicado sua "grande dor". "Mais uma vez assistimos ao sacrifício de pessoas que, de um compromisso total, passaram suas vidas a aliviar muito sofrimento que ainda paira sobre o continente zfricano", acrescentou.

"O Governo do Burundi está consternado com tal barbárie", declarou por sua vez o vice-presidente Prosper Bazombanza Burundi, que prometeu esclarecer o crime o mais rápido possível.

Três guardas da paróquia estão sendo interrogados, segundo Harimenshi.

O Burundi, pequeno país africano dos Grandes Lagos tem sua história marcada pela violência étnica, e acaba de sair de uma guerra civil em 2006.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaCrimeIgreja CatólicaMortes

Mais de Mundo

Macron afirma a Milei que França não assinará acordo entre UE e Mercosul

Sánchez apoiará Lula no G20 por um imposto global sobre grandes fortunas

Biden autoriza Ucrânia a usar armas dos EUA para atacar Rússia, diz agência

Porta-voz do Hezbollah é morto em ataque israelense em Beirute