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Franco acusa Mercosul de tutelar a democracia paraguaia

O Paraguai ''se encontra em uma difícil situação internacional criada por seus vizinhos'', argumentou na Assembleia Geral da ONU


	O novo presidente paraguaio Federico Franco: ''O Paraguai jamais aceitará a intervenção em seus assuntos internos por parte de potências estrangeiras''
 (Norberto Duarte/AFP)

O novo presidente paraguaio Federico Franco: ''O Paraguai jamais aceitará a intervenção em seus assuntos internos por parte de potências estrangeiras'' (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2012 às 19h50.

Nações Unidas - O presidente do Paraguai, Federico Franco, acusou nesta quinta-feira o Mercosul e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) de pretender ''erigir-se em tutores'' da democracia de seu país, que ''jamais aceitará'' a intervenção de outras nações em seus assuntos internos.

O Paraguai ''se encontra em uma difícil situação internacional criada por seus vizinhos'', argumentou na Assembleia Geral da ONU o líder, que assumiu a presidência no último dia 22 de junho em substituição de Fernando Lugo, cassado em um julgamento político no Congresso.

''Em violação de tratados internacionais'', os países integrantes do Mercosul e da Unasul ''pretenderam erigir-se em tutores da democracia paraguaia, deixando de lado o princípio de não-intervenção consagrado na carta das Nações Unidas'', ressaltou Franco.

Após a cassação de Lugo e a posse de Franco, que era o vice-presidente do país, o Paraguai foi suspenso da Unasul e no Mercosul, os presidentes dos outros três países-membros (Argentina, Brasil e Uruguai) aplicaram a mesma medida e aprovaram a entrada da Venezuela, que estava pendente de ratificação por parte do Parlamento paraguaio.

Tanto o Mercosul como a Unasul sustentam que no Paraguai aconteceu uma ''ruptura democrática'' com a destituição de Lugo e que só reconhecerão as autoridades que surjam das eleições gerais do dia 21 de abril de 2013.

Durante toda sua história, o Paraguai ''sofreu em reiteradas oportunidades a atitude soberba da ingerência em seus assuntos internos'', denunciou Franco na ONU.

''O Paraguai jamais aceitará a intervenção em seus assuntos internos por parte de potências estrangeiras e seguiremos construindo nossa democracia de acordo com a vontade do povo'', disse Franco, lembrando que o julgamento político que aconteceu contra Lugo no Congresso é uma figura recolhida na Constituição do país.

''Não nos vencerão. Os convidamos a refletir e encontrar juntos o caminho para reconstruir o processo de integração sul-americana, hoje afetado'', comentou Franco em alusão aos membros do Mercosul e da Unasul.

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