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Franceses fazem greve contra reforma previdenciária

A mobilização é vista como uma espécie de queda de braço entre os poderosos sindicatos e o presidente Nicolas Sarkozy

Em Marselha, trabalhadores dos setores público e privado e aposentados protestam contra reforma previdenciária.  (.)

Em Marselha, trabalhadores dos setores público e privado e aposentados protestam contra reforma previdenciária. (.)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2010 às 11h46.

Paris - Sindicatos franceses comandam nesta quinta-feira uma greve nacional contra a reforma previdenciária que, entre outras medidas, eleva a idade mínima de aposentadoria para 62 anos. Organizadores previram mais de 1 milhão de manifestantes nas ruas.

A mobilização é uma espécie de queda de braço entre os poderosos sindicatos e o presidente Nicolas Sarkozy, que precisa conter a dívida e o déficit públicos, para que os títulos do país mantenham a sua preciosa cotação AAA.

Milhares de empregados do setor de transportes abandonaram seu trabalho, o que afetou trens, aviões, metrô e ônibus. Professores, membros da administração pública e alguns funcionários do setor privado também aderiram.

Cerca de 200 manifestações estão programadas para a quinta-feira em todo o país. Aproveitando o dia quente e ensolarado, os sindicatos querem atrair multidões para pressionar o governo a desistir de elevar a idade de aposentadoria de 60 para 62 anos em 2018.

"Esperamos conseguir mais de 1 milhão de manifestantes. Acho que está claro que vamos superar essa cifra", disse François Chereque, diretor da central sindical CFDT, de linha moderada, à rádio RTL. "É importante mostrar que o comparecimento é muito maior do que nas últimas semanas, o que irá mostrar que os trabalhadores estão começando a perceber que esta reforma é injusta", acrescentou o sindicalista.

A mobilização anterior, em maio, levou 395 mil trabalhadores às ruas, segundo a polícia. Os sindicatos estimaram em 1 milhão. O governo divulgou na semana passada o seu projeto de reforma previdenciária, alegando que sem ela o sistema terá déficits anuais de 100 bilhões de euros (134,2 bilhões de dólares) até 2050.

Em muitos países europeus, a idade mínima para a aposentadoria é até superior a 62 anos. Mas, na França, alterar essa regra é um tabu, já que muitos veem a aposentadoria aos 60 anos - introduzida por um governo socialista em 1983 - como um direito humano.

Seis das sete centrais sindicais francesas aderiram à mobilização de quinta-feira, e disseram que haverá protestos ainda maiores em setembro, quando o projeto deve ser submetido ao Parlamento.

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