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Franceses aceitam mais a tortura após atentados de 2015

A Acat também observou o desenvolvimento de um fenômeno novo: a tortura usada contra os migrantes por grupos criminais com o objetivo de cobrar resgates


	Tortura: a Acat também observou o desenvolvimento de um fenômeno novo: a tortura usada contra os migrantes por grupos criminais com o objetivo de cobrar resgates
 (Getty Images)

Tortura: a Acat também observou o desenvolvimento de um fenômeno novo: a tortura usada contra os migrantes por grupos criminais com o objetivo de cobrar resgates (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2016 às 15h36.

Após os atentados extremistas de 2015 na França, a maioria dos franceses aceita a utilização da tortura por parte das forças de segurança, segundo uma pesquisa de uma associação que luta contra esta prática.

"Suspeitávamos que havia uma aceitação cada vez maior da tortura no contexto do auge do terrorismo, mas não nos dávamos conta de que a evolução era tão dramática", comentou à AFP Jean-Etienne de Linares, delegado-geral da Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura (Acat).

Segundo o relatório anual da Acat, 54% dos franceses perguntados consideram justo que um policial aplique descargas elétricas em um suspeito de colocar bomba para fazê-lo falar.

Em 2000, somente 34% concordava com isso, segundo pesquisa da CSA para a Anistia Internacional.

Para 36% das pessoas interrogadas, aceita-se "em alguns casos" a utilização da tortura, o que supõe um aumento de 11 pontos em comparação com a pesquisa da Anistia Internacional em 2000.

A evolução de uma tolerância crescente a respeito da prática da tortura do Estado por parte da opinião pública francesa é acompanhada por um desconhecimento do fenômeno da tortura, segundo a Acat.

A tortura não permite, segundo a Acat, obter informações confiáveis, e sim fazer com que os regime autoritários aterrorizem seus opositores.

A Acat também observou o desenvolvimento na última década de um fenômeno novo: a tortura usada contra os migrantes por grupos criminais com o objetivo de cobrar resgates, especialmente no Sinai egípcio e na Líbia, mas também no México com os migrantes da América Latina como alvos.

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