Mundo

França pode bloquear acordo envolvendo Alstom

François Hollande e o presidente-executivo da General Electric se reuníram para discutir o futuro da Alstom


	Alstom: empresa disse em um comunicado no domingo que iria pedir uma suspensão de suas ações até quarta-feira, enquanto considera suas opções
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Alstom: empresa disse em um comunicado no domingo que iria pedir uma suspensão de suas ações até quarta-feira, enquanto considera suas opções (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 09h34.

Paris - A França vai bloquear qualquer negócio envolvendo o grupo de engenharia Alstom que considerar impróprio, afirmou o ministro da Economia, Arnaud Montebourg, antes de uma reunião entre o presidente do país, François Hollande, e o presidente-executivo da General Electric para discutir o futuro da Alstom.

O encontro entre o chefe de Estado francês e o chefe de uma das 10 maiores empresas listadas em bolsa do mundo segue um fim de semana de drama político e societário, durante o qual a rival alemã da Alstom, a Siemens, propôs uma troca de ativos para combater um potencial acordo entre Alstom e GE.

O presidente-executivo da GE, Jeff Immelt, chegou ao palácio presidencial nesta manhã com Clara Gaymard, chefe da GE França, e disse bom dia aos repórteres antes de entrar no Elysee.

Horas antes da reunião, Montebourg disse que a França iria bloquear qualquer acordo que considerasse inadequado para os interesses de longos prazo da empresa francesa, seus colaboradores e a economia.

Mas ele não chegou a mencionar uma nacionalização da Alstom caso nenhuma das ofertas sejam consideradas aceitáveis.

Montebourg e Hollande também se reunirão com o CEO da Siemens, Joe Kaeser, ele acrescentou. Em seguida, eles terão uma reunião com Martin Bouygues, o bilionário presidente do Conselho do conglomerado Bouygues, maior acionista da Alstom com uma participação de 29,4 por cento.


"Estamos trabalhando para melhorar as ofertas para ter certeza ... que as empresas francesas não fiquem presas", disse Montebourg à rádio RTL. "Por outro lado, estamos abertos a alianças que ajudem a nos equipar para a globalização." "Por enquanto estamos em discussões com duas partes, a General Electric e a Siemens. Elas têm duas ofertas que permitiriam a adoção de diferentes estratégias industriais." Immelt foi a Paris com o objetivo de chegar a um acordo de 13 bilhões de dólares para comprar o negócio de turbinas de energia da Alstom, após a notícia de conversas entre o grupo norte-americano e o francês na última semana.

A Alstom precisa de um parceiro de uma forma ou de outra. Sofrendo de pesadas dívidas e uma desaceleração nas encomendas, a companhia foi socorrida pelo governo francês em 2004. Fontes familiarizadas com as negociações da empresa com a GE disseram que elas estão em curso há meses e que estão muito avançadas.

A GE não quis comentar. A Alstom também não quis se pronunciar sobre as discussões, mas disse em um comunicado no domingo que iria pedir uma suspensão de suas ações até quarta-feira, enquanto considera suas opções.

A Siemens disse no domingo que havia escrito uma carta à Alstom acerca de oportunidades estratégicas, mas também não entrou em detalhes.

Acompanhe tudo sobre:AlstomEmpresasEmpresas americanasEmpresas francesasEuropaFrançaGE - General ElectricPaíses ricos

Mais de Mundo

Reino Unido pede a seus cidadãos que deixem o Líbano em voos comerciais

Qual o risco de guerra entre Líbano e Israel após as explosões de pagers?

Guarda Revolucionária do Irã promete 'resposta esmagadora' por ataques no Líbano

Biden receberá Zelensky na Casa Branca para falar sobre guerra com a Rússia