Mundo

França tem novo dia de protestos contra passaporte da vacina

O passaporte de saúde, exigido desde 16 de agosto, também passará a ser cobrado dos funcionários dos estabelecimentos franceses

Manifestação contra o passaporte de saúde em Montpellier neste sábado, 28: vacinação emperrou na França com sentimento antivacina (AFP/AFP)

Manifestação contra o passaporte de saúde em Montpellier neste sábado, 28: vacinação emperrou na França com sentimento antivacina (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 28 de agosto de 2021 às 17h13.

Última atualização em 28 de agosto de 2021 às 17h13.

Cerca de 160.000 pessoas protestaram neste sábado, 28, nas ruas de Paris e em mais de 200 cidades da França em mais um ato contra o "passaporte da vacina".

Um comprovante de vacinação contra a covid-19 passou a ser exigido na França, um dos países mais antivacina do mundo, para frequentar alguns dos principais estabelecimentos.

Pela sétima semana consecutiva, vários grupos marcharam desde as primeiras horas da tarde gritando: "Liberdade!" e "Resistência!"

Manifestaram-se no total quase 160.000 pessoas em todo o país em 222 atos, das quais 14.500 em Paris, que teve uma mobilização menor, segundo números do Ministério do Interior.

Já o coletivo militante Le Nombre Jaune afirma que quase 320.000 pessoas foram às ruas.

Na semana passada, mais de 175.000 pessoas se manifestaram.

Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, mais de 48 milhões de franceses (71% da população) receberam pelo menos uma dose e 58% foram completamente vacinados. 

Mas a vacinação emperrou nos últimos meses, o que pode ameaçar a retomada econômico do país e o risco da variante Delta.

Todos os sábados, desde julho, centenas de milhares de pessoas se reúnem nas ruas, entre diferentes grupos como os “coletes amarelos”, militantes antivacinas, apoiadores de teorias da conspiração e opositores do governo de Emmanuel Macron.

A exigência do passaporte de saúde em bares, restaurantes, transportes intermunicipais ou mesmo hospitais pode ser prorrogada além de 15 de novembro, limite estabelecido em lei, "se a covid não desaparecer de nossas vidas", alertou o ministro da Saúde, Olivier Véran.

Para Virginie, uma horticultora de 46 anos, que não quis revelar seu sobrenome e que se manifestou em Rennes (oeste), a exigência "é um escândalo".

"Esta vacina ainda é experimental, não é confiável, é ainda mais perigosa do que a covid, que não é pior do que uma gripe forte", disse ela.

De acordo com as autoridades, a epidemia de covid-19 já causou mais de 114.000 mortes na França.

O passaporte de saúde, exigido desde 16 de agosto, também será imposto a partir de segunda-feira aos funcionários dos locais onde se exige essa comprovação dos clientes.

O empregado que se recusar a apresentá-lo poderá ter seu contrato de trabalho suspenso.

Tenha acesso ilimitado às principais análises sobre o Brasil e o mundo. Assine a EXAME
Acompanhe tudo sobre:Emmanuel MacronEuropaFrançaParis (França)vacina contra coronavírus

Mais de Mundo

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga