A França planeja retirar seus 3.500 soldados do Afeganistão um ano antes do previsto (©AFP / Eric Feferberg)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2012 às 17h46.
Washington - O presidente francês, François Hollande, disse nesta sexta-feira que a futura retirada de suas tropas do Afeganistão até o fim do ano não é "negociável".
Hollande falava aos jornalistas algumas horas antes do início da cúpula do G8 em Camp David nos arredores de Washington e de uma cúpula da Otan que ocorrerá em Chicago no domingo e na segunda-feira. Os dois encontros abordarão o caminho a ser tomado no Afeganistão.
"A retirada não é negociável. A retirada das forças de combate é decisão da França e esta decisão será implementada", disse.
"Estou ciente de que a França é parte de uma aliança, que tem se envolvido em operações por muito tempo e que, portanto, toma suas decisões em harmonia com seus aliados, incluindo nossos parceiros americanos."
Ele afirmou que na província de Kapisa, nordeste do país, forças de segurança afegãs assumirão as operações de segurança das tropas francesas, "permitindo que a retirada aconteça".
"Até o fim de 2012, nossas forças residuais terão incumbências apenas logísticas para levar nosso equipamento de volta para casa, mas sob a proteção das forças da Otan", disse Hollande, completando que falou por telefone com o presidente afegão, Hamid Karzai.
O acordo entre França e Afeganistão assinado este ano pelo predecessor de Hollande, Nicolas Sarkozy, será ratificado, honrando o compromisso de fornecer apoio para a polícia e as forças militares afegãs, afirmou o presidente francês.
"As missões de treinamento, especificamente para a polícia e exército afegãos, também ocorrerão sobre o auspício da Otan", explicou.
Hollande, socialista que assumiu a presidência francesa há apenas três dias, encontrou-se com o presidente Barack Obama na Casa Branca. Ele lembrou o líder americano dos planos de retirada francesa, mas acrescentou que Paris forneceria apoio de outras formas.
A França planeja retirar seus 3.500 soldados do Afeganistão um ano antes do previsto, acrescentando mais uma dificuldade para o plano da Otan de transferir a segurança para os afegãos em 2014.