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França pede no Conselho de Segurança da ONU que Israel deixe território do Líbano

Enquanto continua a bombardear Beirute, Israel mantém sua presença militar em cinco colinas do sul do Líbano para supostamente monitorar as atividades do Hezbollah

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 29 de abril de 2025 às 16h55.

Última atualização em 29 de abril de 2025 às 17h10.

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O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, pediu nesta terça-feira, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que Israel “abandone” suas posições no território do Líbano para permitir o fim do confronto no Oriente Médio.

“O Líbano deve recuperar sua soberania, pedimos que as Forças de Defesa de Israel deixem o território libanês para que as Forças Armadas [libanesas] possam se posicionar, com o apoio da Unifil e dos mecanismos de monitoramento da França e dos Estados Unidos”, disse Barrot.

Enquanto continua a bombardear Beirute regularmente, Israel mantém sua presença militar em cinco colinas do sul do Líbano para supostamente monitorar as atividades do Hezbollah, algo repetidamente condenado por Líbano e ONU.

O chanceler francês, que nesta terça-feira presidiu uma sessão do Conselho de Segurança sobre a situação no Oriente Médio, deu mais detalhes sobre a conferência que organizará em junho, também na ONU, junto com a Arábia Saudita, para avançar na solução de dois Estados (israelense e palestino).

“O objetivo é claro: avançar no reconhecimento da Palestina e na normalização das relações com Israel, promovendo a integração regional e respondendo à aspiração legítima dos palestinos de ter um Estado”, explicou.

Barrot comentou que a situação na Palestina foi “agravada pela atividade de colonos violentos na Cisjordânia” e pela “vontade de Israel de enfraquecer a Autoridade Palestina”, mas ressaltou que a solução de dois Estados também envolve “o desarmamento do Hamas”, a libertação de reféns e “a definição de uma governança confiável” sem a presença do grupo islâmico palestino.

O representante permanente adjunto de Israel na ONU, Jonathan Miller, respondeu durante a sessão que a cessação das hostilidades no Líbano não terminará até que “o governo libanês tenha o monopólio de sua força militar” ao desarmar o Hezbollah.

“Essa guerra pode terminar amanhã se o Hamas libertar os reféns e depor as armas. Essa conferência [organizada por França e Arábia Saudita] está fadada ao fracasso. É irrealista e pode fazer mais mal do que bem, pois cria expectativas desnecessárias”, acrescentou Miller sobre o conflito israelense-palestino.

Já o representante palestino na ONU, Riyad Mansour, dedicou seu discurso a criticar o “absurdo” da posição israelense sobre a questão, que afirma que a solução de dois Estados levaria à destruição de Israel.

“As mesmas pessoas que se beneficiaram das resoluções da Assembleia Geral da ONU para sua criação como Estado [1947], nos dizem que a solução de dois Estados da ONU busca destruí-los, enquanto nós buscamos um caminho pacífico. Quem entre vocês realmente acredita nesse absurdo?”, perguntou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, esteve presente na sessão, onde pediu maior cooperação para alcançar “um futuro melhor para o povo do Oriente Médio, que está cansado do sofrimento sem fim”.

“A situação está indo de mal a pior em Gaza, e agora é inimaginável. Desde que o cessar-fogo foi violado [por Israel em 18 de março], eles estão privados de combustível e ajuda humanitária, enquanto o mundo assiste”, acrescentou Guterres, que calculou em 2 mil o número de palestinos mortos desde então, incluindo crianças, mulheres, jornalistas e trabalhadores humanitários.

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