Agência de Notícias
Publicado em 5 de março de 2025 às 11h44.
O Palácio do Eliseu, sede do governo francês, negou nesta quarta-feira, 5, que o presidente da França, Emmanuel Macron, esteja considerando retornar a Washington junto com Volodymyr Zelensky, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, como parte das negociações com a Casa Branca sobre um acordo de paz para a Ucrânia.
Esta viagem "não está prevista", disseram fontes da Presidência francesa ao serem consultadas sobre o anúncio feito alguns minutos antes pela porta-voz do governo, Sophie Primas, em uma entrevista coletiva após a reunião semanal do Conselho de Ministros.
Primas disse que "está sendo considerado que o presidente Macron pode eventualmente retornar a Washington" com o presidente Zelensky e o primeiro-ministro britânico, e indicou que não tinha mais detalhes além de estimar que seria uma viagem a ser feita em curto prazo.
Questionada sobre a origem da iniciativa, disse acreditar que se trata de um "desejo" de Macron, e não de um convite de Washington ou de um pedido do próprio Zelensky após o desastroso encontro com o presidente americano, Donald Trump, no Salão Oval, na última sexta-feira.
Mas minutos depois, fontes do Palácio do Eliseu corrigiram a informação, dizendo que nenhum trabalho estava sendo feito na viagem no momento, sugerindo que houve um erro de comunicação.
De qualquer forma, o próprio Macron se dirigirá à nação esta noite, em uma mensagem televisionada sobre a situação ucraniana e internacional às 20h (horário local, 16h de Brasília).
Pouco depois, Macron terá um jantar de trabalho no Eliseu com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que é uma figura dissidente fundamental na unidade da Europa ao lado de Kiev devido à sua afinidade com o Kremlin.
A porta-voz do governo também explicou que a França está "satisfeita" que Zelensky tenha tentado entrar em contato com Trump com o pedido de retomada da cooperação e a possibilidade de uma trégua parcial, após o anúncio da Casa Branca de que toda a ajuda dos EUA seria suspensa.
Principalmente após "a cena que presenciamos na sexta-feira passada deixou o mundo atordoado", disse, o que era algo "impensável".
Ela disse que a estratégia de Kiev não era "ganhar tempo", mas "realmente alcançar uma paz duradoura", que é o "objetivo". Para isso, considerou necessário que “as bases do diálogo sejam corretas”, ao contrário do que aconteceu na Casa Branca.