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França mobiliza porta-aviões contra o EI no Iraque

Primeiros aviões de combate Rafale decolaram pela manhã do Charles de Gaulle, e avançavam ao norte do Bahrein, no Golfo, a caminho do Iraque

Técnicos no porta-aviões Charles de Gaulle: França é, junto à Austrália, um dos que fornece mais efetivos à coalizão de 32 países (Patrick Baz/AFP)

Técnicos no porta-aviões Charles de Gaulle: França é, junto à Austrália, um dos que fornece mais efetivos à coalizão de 32 países (Patrick Baz/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 09h48.

Manama - A França mobilizou nesta segunda-feira no Golfo seu porta-aviões Charles de Gaulle, como parte das operações da coalizão internacional contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no Iraque.

"A integração do Charles de Gaulle na operação (francesa) Chammal (no Iraque) começa nesta manhã", declarou à AFP um colaborador próximo ao ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian.

Os primeiros aviões de combate Rafale decolaram pela manhã do Charles de Gaulle, que avança a uma velocidade de cruzeiro de 120 milhas náuticas (200 km/h) ao norte do Bahrein, no Golfo, a caminho do Iraque.

A partir de sua nova posição, os aviões franceses poderão alcançar seus alvos em uma hora e meia de voo, a metade em comparação com a base de Al-Dhafra, nos Emirados, utilizada pela Aviação francesa.

O Charles de Gaulle, que zarpou no dia 13 de janeiro de Toulon (sul da França) para uma missão de cinco meses, permanecerá várias semanas no Golfo, ao lado do porta-aviões americano "Carl Vinson", como parte da coalizão internacional antijihadista dirigida pelos Estados Unidos, indicou uma fonte militar francesa.

Com dois aviões de combate Rafale e nove Super Étendard a bordo, Paris vai duplicar seu dispositivo aéreo na região, que contava com nove Rafale nos Emirados Árabes Unidos e seis Mirage 200D na Jordânia.

A França lançou em meados de setembro a operação Chammal no Iraque. Desde então, seus aviões realizaram missões de reconhecimento e bombardeios no país para apoiar o exército local e os peshmergas curdos que combatem o EI, indicou uma fonte próxima a Le Drian.

O país é, junto à Austrália, um dos que fornece mais efetivos à coalizão de 32 países, embora sejam os Estados Unidos que realizam a maioria dos ataques aéreos.

Desde agosto de 2014, a campanha militar internacional se traduziu em mais de 2.000 bombardeios no Iraque e na Síria. Os caças franceses só intervêm no Iraque porque Paris considera que uma operação na Síria pode reforçar o regime de Bashar al-Assad frente aos rebeldes.

2.000 homens a bordo

Os bombardeios buscam deter o avanço do EI destruindo depósitos de munições, veículos e os poços de petróleo que controlam, a maior base financeira do grupo jihadista.

Os países da coalizão, que excluem enviar tropas terrestres à zona, também lançaram missões de aconselhamento e treinamento do exército iraquiano, que demonstrou incapacidade para enfrentar o EI no último verão (do hemisfério norte).

O Estado-Maior norte-americano espera que as forças iraquianas estejam em condições de lançar uma ofensiva terrestre na cidade estratégica de Mossul (norte) entre abril e maio, antes do Ramadã e dos calores extremos do verão.

O Charles de Gaulle, autêntica base aérea flutuante, contará com o apoio de um submarino nuclear de ataque, de uma fragata de defesa antiaérea (Chevalier Paul) e de outra antissubmarina (a britânica Kent), assim como de um navio petrolífero para abastecimento. A operação envolve 2.700 marinheiros, entre eles 2.000 a bordo do porta-aviões francês.

A França tem 3.500 soldados na missão Chammal, tantos quanto na operação Barkhane em vários países da África subsaariana (Mali, Mauritânia, Níger, Chade e Burkina Faso), outro importante cenário da luta contra o jihadismo.

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