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França: Ministros criam polêmica ao defender energia nuclear

O ministro do Interior, Manuel Valls, disse hoje que a energia nuclear ''é incontestavelmente um setor do futuro''


	Em relação à promessa de encerrar as atividades da usina nuclear mais antiga do país, Valls disse que ela será''fechada dentro de cinco anos''
 (Johannes Eisele/AFP)

Em relação à promessa de encerrar as atividades da usina nuclear mais antiga do país, Valls disse que ela será''fechada dentro de cinco anos'' (Johannes Eisele/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2012 às 21h27.

Paris - Dois ministros socialistas franceses defenderam o programa nuclear do país, o que gerou nesta segunda-feira uma polêmica com os verdes, que fazem parte da coalizão do governo do presidente François Hollande, que prometeu reduzir o peso deste tipo de energia durante sua campanha eleitoral.

O ministro do Interior, Manuel Valls, disse hoje que a energia nuclear ''é incontestavelmente um setor do futuro''. Ontem, o ministro da Reforma Produtiva, Arnaud Montebourg, iniciou a polêmica ao defender o programa nuclear francês.

Em entrevista à rádio ''Europe 1'', Valls disse que embora Hollande tenha se comprometido a diminuir o uso desse tipo de energia na França, ''é necessário renovar nossas usinas nucleares''. O presidente prometeu diminuir a produção de energia nuclear de 75% para 50% do total do país até 2025.

Em relação à promessa de encerrar as atividades da usina nuclear mais antiga do país, de Fessenheim, Valls disse que ela será ''fechada dentro de cinco anos''.

Já Montebourg afirmou que a diminuição da porcentagem da produção de energia nuclear levará em conta o consumo e o fato de que a França ''necessita energia que não seja muito cara''.

Em sua opinião, graças aos seus reatores atômicos, ''a França tem um trunfo extraordinário em suas mãos, que permitiu construir sua indústria'' e superar os choques do petróleo e a crise, argumentou o ministro ao canal ''BFM TV''.

As declarações dos dois dirigentes causaram mal-estar entre os verdes. A ministra da Habitação e Igualdade, Cécile Duflot, criticou a postura dos socialistas.

Um dos líderes dos ecologistas, o deputado Noël Mamère, lembrou hoje que Hollande se comprometeu a fechar Fessenheim e a reduzir o peso da energia nuclear até 2025.

''Se escutarem Montebourg e seus amigos, estaremos muito longe disso'' e ''demoraria 200 anos'' para cumprir o objetivo de campanha, criticou Mamère em entrevista ao canal ''iTélé''. 

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