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França exige que bancos mostrem negócios em paraísos fiscais

Entre os bancos envolvidos no escândalo que vem sendo chamado de Panama Papers está o francês Société Générale


	Société Générale: promotores abriram investigação sobre cidadãos ou instituições que usaram o Panamá para não pagar impostos
 (Pascal Le Segretain/Getty Images)

Société Générale: promotores abriram investigação sobre cidadãos ou instituições que usaram o Panamá para não pagar impostos (Pascal Le Segretain/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2016 às 16h05.

Paris - O órgão regulador do setor bancário da França, a ACPR, ordenou que as instituições financeiras do país forneçam detalhes sobre seus negócios em paraísos fiscais, de acordo com uma fonte.

A ordem vem depois do vazamento de milhares de documentos confidenciais, que mostraram que bancos europeus ajudaram clientes ricos a guardarem dinheiro em centenas de empresas offshores criadas por uma firma do Panamá.

Entre os bancos envolvidos no escândalo que vem sendo chamado de Panama Papers está o francês Société Générale, que usou serviços da panamenha Mossack Fonseca para criar empresas em paraísos fiscais para seus clientes.

A ACPR enviou questões sobre o assunto ao Banco da França. Uma autoridade do banco central disse que os reguladores solicitaram que os bancos franceses forneçam rapidamente informações adicionais sobre suas atividades em paraísos fiscais.

Companhias offshores podem ser veículos legítimos para proteção de fortunas e planejamento fiscal, mas também são usadas por evasores fiscais e por quem comete fraudes.

O Société Générale e outros bancos franceses estão sob pressão para convencer os reguladores de que fazem tudo que podem para garantir que seus clientes não usem empresas offshores para lavagem de dinheiro ou para evitar impostos.

No começo desta semana, promotores da França abriram uma investigação sobre se cidadãos ou instituições financeiras do país usaram o Panamá para não pagar impostos.

O Société Générale já não tem filiais em paraísos fiscais, mas seus clientes possuem empresas offshores. "Essas companhias são administradas em total transparência", afirmou o banco na terça-feira.

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