Alemanha: país vai intensificar o desenvolvimento militar produzindo armamentos em conjunto com a França, compartilhando projetos e custos (Reprodução/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de abril de 2018 às 14h51.
Paris - Históricos inimigos, em especial nos séculos 19 e 20, França e Alemanha vão intensificar a colaboração militar produzindo armamentos em conjunto e compartilhando projetos e custos relacionados à segurança, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.
Os ministérios da Defesa dos dois países apresentaram nesta quinta-feira, 5, seu plano comum de desenvolvimento de material bélico, incluindo o Sistema de Combate Aéreo do Futuro (SCAF), um programa que envolve aviões de caças e drones. O anúncio é um passo maior na integração militar da União Europeia.
Desde a posse do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vem sendo desprestigiada por Washington, que já informou a intenção de reduzir seus investimentos.
Para compensar, França e Alemanha se engajaram em aumentar seus orçamentos militares, chegando à casa dos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) na próxima década. A intenção é criar um programa de integração europeu, que dê maior capacidade às Forças Armadas do continente e, com isso, maior autonomia em relação à Otan.
O documento servirá como mapa do caminho para reunir não apenas governos, mas fabricantes europeus de material bélico, como Airbus, Dassault, Thales e MBDA. A aproximação também mostra a perda relativa de importância do Reino Unido neste momento.
Em decorrência do Brexit, todos os projetos de parceria militar com a França - os dois países são parceiros prioritários - estão congelados ou andando a passos lentos.
"É preciso, antes de mais nada, que consolidemos o núcleo franco-alemão", explicou a ministra da Defesa da França, Florence Parly. "Em paralelo, deveremos prosseguir os trabalhos franco-britânicos e veremos, quando atingirem a maturidade suficiente, se podem entrar ou não no projeto SCAF."
Os projetos comuns são um sinal de que os dois países estão cada vez mais próximos e tentam coordenar um projeto maior: o da integração europeia de Defesa.