Mundo

França continuará operação até exército do Iraque superar EI

O primeiro-ministro da França disse que bombardeios contra jihadistas no Iraque vão durar "até o exército local recuperá sua superioridade"


	O premiê da França, Manuel Valls: o país não enviará tropas por terra, disse
 (Martin Bureau/AFP)

O premiê da França, Manuel Valls: o país não enviará tropas por terra, disse (Martin Bureau/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 13h57.

Paris - O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou nesta quarta-feira que os bombardeios de aviões franceses contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), no Iraque, durarão "o tempo que for necessário, até o exército local recuperá sua superioridade".

"O objetivo é claro. Respondemos à reivindicação das autoridades iraquianas para enfraquecer o EI, de modo que o governo de Bagdá e os curdos restabeleçam a soberania" no Iraque, disse Valls na abertura de um debate na Assembleia Nacional sobre a operação militar iniciada pela França na sexta-feira.

O primeiro-ministro confirmou que o país não enviará tropas por terra e não estenderá os ataques à Síria para não favorecer o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, nem prejudicar seus opositores, que Paris auxilia com material humanitário e militar.

"Bashar al-Assad não pode ser parceiro na luta contra o Estado Islâmico", disse o político, em alusão aos bombardeios dos Estados Unidos, com outros países árabes, aos jihadistas na Síria.

Valls lembrou que foi na Síria que o EI conseguiu se fortelecer e que a iniciativa de atacar o regime de Damasco partiu de Paris, há cerca de um ano.

"Não estaríamos nesta situação na Síria se a comunidade tivesse intervindo", declarou, referindo-se ao recuo dos EUA e do Reino Unido na ocasião, no ano passado.

Para o primeiro-ministro francês, a extensão do Estado Islâmico coloca a "segurança nacional em jogo, como nunca esteve nos últimos anos", levando em consideração que o grupo jihadista não só ameaça a estabilidade do Iraque, onde controla um terço do território, mas também "tenta desestabilizar o Líbano".

Valls lembrou que o objetivo do EI é "estabelecer um califado no coração do Oriente Médio" e estender sua influência do Mediterrâneo ao Golfo Pérsico. Segundo ele, o grupo é "uma união de assassinos para os quais a vida humana não tem valor algum".

Em relação ao posicionamento francês sobre a situação, Manuel Valls disse que "a França atua quando sua segurança está em jogo e também pela Europa", mas se queixou ao afirmar que "a Europa não pode basear sua segurança em um de seus Estados-membros" e teria que articular um dispositivo comum.

Segundo dados informados pelo primeiro-ministro sobre a dimensão dos grupos jihadistas na França, "cerca de mil franceses ou residentes" integram grupos terroristas, dos quais 582 já se envolveram em conflitos e 36 morreram.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoEuropaFrançaIraqueIslamismoPaíses ricos

Mais de Mundo

Maduro pede que aliados que não aceitem eletrônicos de presente após explosão de pagers no Líbano

Número de mortos em ataque de Israel ao Líbano sobe para 31

Em meio à tensão no Oriente Médio, Irã revela novos mísseis e drones em desfile militar

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado