O ministro francês do Interior, Claude Guéant: o ex-ministro tinha reconhecido nesta semana que tinha pagado com dinheiro quantias grandes, mas não porque o dinheiro tivesse uma origem irregular. (Alain Jocard)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2013 às 16h15.
Paris - O governo francês confirmou nesta quinta-feira que foi ordenada uma investigação sobre os pagamentos com dinheiro realizados pelo ex-ministro do Interior, Claude Guéant, que, segundo o jornal satírico "Le Canard Enchaîné", poderiam ter procedido de fundos líbios.
O ex-ministro tinha reconhecido nesta semana que tinha pagado com dinheiro quantias grandes, mas não porque o dinheiro tivesse uma origem irregular, mas porque enquanto responsável governamental no departamento de Interior, durante anos lhe pagavam uma parte em efetivo a conta dos fundos reservados.
A cobrança com dinheiro de fundos públicos foi eliminada em 2002, mas segundo Guéant revelou esta semana ao ser interrogado na imprensa sobre o caso, prevaleceu até 2006, quatro anos após sua supressão oficial.
"Após declarações públicas que semeiam a dúvida sobre o bom uso desses fundos durante a última década, ordenei uma investigação administrativa, a pedido do primeiro-ministro", assinalou em comunicado o atual ministro do Interior, Manuel Valls.
A nota acrescentou que está à frente dessa investigação a inspeção geral da administração e a da Polícia Nacional, e detalhou que esperam as primeiras conclusões para dentro de oito dias, e o relatório completo no prazo de um mês.
"Le Canard Enchaîné" tinha revelado nesta terça-feira que a Justiça estava investigando este mesmo caso e que os magistrados que o instruem desde o último dia 19 devem convocar em breve o ex-ministro.
Perante a suspeita de um possível financiamento político pelo antigo regime líbio para Sarkozy, Guéant alegou, de maneira "categórica", que não tinha havido nenhum tipo de financiamento político líbio neste caso.
O comunicado do Ministério do Interior não faz nenhuma referência a essas suspeitas, se centra nas gratificações ministeriais destacadas pelo ex-ministro, e se limita a defender que no atual gabinete todas as remunerações e indenizações são legais e declaradas ao fisco.