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França caça homem que atacou jornal

Polícia francesa buscava um homem armado com um fuzil que entrou nesta manhã na sede do jornal Libération e feriu um fotógrafo da publicação antes de fugir

Policiais patrulham a avenida Champs-Elysees, em Paris: homem também é suspeito de ter atirado em um banco (Fred Dufour/AFP)

Policiais patrulham a avenida Champs-Elysees, em Paris: homem também é suspeito de ter atirado em um banco (Fred Dufour/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2013 às 11h59.

Paris - A polícia francesa buscava nesta segunda-feira, em Paris, um homem armado com um fuzil que entrou nesta manhã na sede do jornal Libération e feriu um fotógrafo da publicação antes de fugir.

Um helicóptero sobrevoava a famosa avenida Champs-Elysées, após a polícia receber denúncias de que o homem teria sido visto em ruas próximas e no metrô.

O homem também é suspeito de ter atirado em um banco na periferia da capital.

"O indivíduo representa um perigo real", disse o ministro do Interior, Manuel Valls, em frente à sede do jornal, ressaltando que "vamos fazer de tudo para capturar essa pessoa".

Este ataque - o segundo em quatro dias contra um órgão da imprensa francesa - despertou grande comoção e o presidente François Hollande pediu pela "mobilização de todos os meios para parar o ou os autores".

Às 10h15 (07h15 no horário de Brasília), o homem entrou na sede do jornal, no coração de Paris, e disparou duas vezes, atingindo a vítima, um fotógrafo assistente de 27 anos, no tórax e abdômen, segundo fontes da polícia e do jornal.

Levado ao hospital, a vítima se encontra em estado grave.

"Quando cheguei, vi um homem no chão, com sangue por todos os lados e com as mãos na barriga. Encontrei dois colegas que estavam no local, completamente pálidos, que me contaram que tinham sido atacados e se escondido atrás do balcão da recepção", declarou à AFP uma colaboradora do Libération, Anastasia Vécrin.

Durante uma coletiva de imprensa, Valls falou de um "cenário de guerra" e de um ataque "de extrema violência", que "nada tem a ver com a democracia".

Um perímetro de segurança foi estabelecido em torno da sede do Libération, cujo acesso foi bloqueado.

A brigada criminal da polícia judicial de Paris abriu uma investigação.


"Todas as medidas foram tomadas para encontrar a pessoa que cometeu esse ato e para garantir a segurança de todos os meios de comunicação na capital", indicou a ministra francesa da Cultura e Comunicação Aurélie Filippetti que também estava no local.

Segundo ela, "esta é a primeira vez que um jornal é atacado desta maneira".

O homem também é suspeito de ser o responsável pelo ataque na sexta-feira passada contra a sede do canal de notícias BFMTV, em Paris. Ele teria ameaçado os jornalistas, antes de fugir.

Segundo fontes ligadas à investigação, imagens do suspeito gravadas no jornal Libération "correspondem" às imagens do agressos da BFMTV.

O suspeito teria cerca de 40 anos, é branco e vestia uma calça jeans clara.

Os investigadores também tentam estabelecer se o suspeito é o autor dos disparos no início desta tarde na sede do banco Société générale, em La Défense, perto de Paris.

Segundo uma testemunha, o homem também estava armado com um fuzil.

Nesta segunda-feira, os jornais Le Parisien, Le Monde, Les Echos, Le Figaro e Europe 1 informaram à AFP que reforçaram suas medidas de segurança e de acesso às suas instalações.

"Somos as testemunhas horrorizadas de um drama. Quando alguém entra com um fuzil em um jornal é algo muito grave em uma democracia, independente do estado mental da pessoa", declarou à AFP o diretor de publicação do Libération, Nicolas Demorand.

"Caso os jornais e os meios de comunicação tenham que virar bunkers, algo não anda bem em nossa sociedade", completou.

A agressão contra o Libération provocou fortes reações da classe política francesa. O primeiro secretário do Partido Socialista, Harlem Désir, prestou sua "total solidariedade", enquanto Jean-François Cope, presidente do partido de oposição de direita (UMP), disse que estava "indignado" e "chocado" com o ataque.

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