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França anuncia ter evitado atentado iminente contra igrejas

Jovem argelino foi detido em Paris neste domingo, acusado de planejar atentado a uma ou duas igrejas


	O premier da França, Manuel Valls: "Os terroristas apontam contra a França para nos dividir", alegou sobre o recém evitado atentado
 (Alain Jocard/AFP)

O premier da França, Manuel Valls: "Os terroristas apontam contra a França para nos dividir", alegou sobre o recém evitado atentado (Alain Jocard/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2015 às 21h18.

Paris - Um argelino de 24 anos, acusado de planejar um atentado iminente contra uma ou duas igrejas, foi detido no domingo em Paris, anunciaram as autoridades francesas, três meses depois dos ataques jihadistas na capital do país.

Em sua casa foram encontrados documentos ligados à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico. Em seu computador, os investigadores também acharam a prova de que ele esteve em contato com uma pessoas na Síria, que "pedia explicitamente que ele atacasse uma igreja em particular", segundo o procurador responsável pelo caso, François Molins.

"Os terroristas apontam contra a França para nos dividir", disse o primeiro-ministro Manuel Valls, para quem a resposta deve ser "a unidade e uma grande determinação".

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, declarou que a França enfrenta "uma ameaça terrorista inédita, por sua natureza e amplitude".

O detido, Sid Ahmed Ghlam, estudante de Informática, era monitorado pelo serviço de inteligência por sua intenção de viajar para a Síria para unir-se aos jihadistas, informou à imprensa Cazeneuve.

A polícia encontrou no veículo do suspeito e em sua casa, uma residência de estudantes ao sul de Paris, um "arsenal composto sobretudo por várias armas de guerra, armas brancas, munições, coletes à prova de bala e material de informática e de telefonia", disse Cazeneuve.

"Também encontrou uma documentação extensa que estabelece sem ambiguidade que o indivíduo planejava a execução iminente de um atentado, aparentemente contra uma ou duas igrejas. Na manhã de domingo o atentado foi evitado", afirmou o ministro.

Ghlam foi detido em uma investigação coordenada por juízes antiterroristas.

O ataque foi abortado por acaso, depois que o suspeito ligou para a polícia no domingo para informar que estava ferido, segundo fontes oficiais que pediram anonimato.

A polícia encontrou o suspeito ferido por um impacto de tiro na perna, resultado de um ajuste de contas, segundo o próprio afirmou na ocasião.

Os investigadores, que não descartam uma lesão provocada pelo próprio suspeito, seguiram o rastro de sangue e chegaram ao veículo, onde encontraram parte do "arsenal" descrito por Cazeneuve.

A polícia revistou a casa e descobriu pesquisas suspeitas no computador.

Vários integrantes da família e do círculo de amizades do suspeito foram detidos. Alguns deles simpatizam com o islã radical, segundo as fontes.

"Este atentado foi evitado no domingo pela manhã", afirmou ainda Manuel Valls.

O homem também é suspeito de envolvimento no assassinato de Aurélie Châtelain, uma mulher de 32 anos, encontrada morta no domingo com marcas de tiros em um carro em Villejuif, na região de Paris, disse Cazeneuve. Marcas do DNA de Ghlam foram encontradas no veículo.

Além disso, uma das igrejas que seriam alvos de atentados fica na localidade, segundo uma fonte policial.

A polícia também estabeleceu um vínculo entre a arma do crime e Sid Ahmed Ghlam, segundo uma fonte próxima à investigação.

Em janeiro, vários atentados jihadistas em Paris contra a revista satírica Charlie Hebdo, a polícia municipal e um supermercado kosher deixaram 17 mortos.

Os três autores - Amédy Coulibaly e os irmãos Said e Sherif Kouachi - foram mortos pela polícia.

Desde então, as autoridades recordam que o país continua sob ameaça de novos atentados e um plano de vigilância antiterrorista continua ativo nos locais públicos, meios de transporte, locais de culto e nas sedes dos meios de comunicação.

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