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França anuncia nova requisição de pessoal por greve em refinarias

Quase um terço dos postos de gasolina, especialmente em Paris e no norte da França, está sem combustível devido à greve

Trabalhadores de seis das sete refinarias do país mantêm greve desde o final de setembro para exigir um aumento salarial. (Arquivo/Getty Images/Divulgação)

Trabalhadores de seis das sete refinarias do país mantêm greve desde o final de setembro para exigir um aumento salarial. (Arquivo/Getty Images/Divulgação)

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AFP

Publicado em 13 de outubro de 2022 às 11h50.

O governo anunciou nesta quinta-feira (13) a requisição do pessoal de um novo depósito de combustível para aliviar a escassez nos postos na França, onde a gigante TotalEnergies propôs um aumento salarial em 2023 inferior ao reivindicado pelos grevistas.

Quase um terço dos postos de gasolina, especialmente em Paris e no norte da França, está sem combustível devido à greve que os trabalhadores de seis das sete refinarias do país mantêm desde o final de setembro para exigir um aumento salarial.

As longas filas de espera de motoristas desesperados, muitos dos quais precisam de seus carros para trabalhar, chamam a atenção para o governo, que, apesar de seus pedidos iniciais de diálogo, finalmente interveio.

"O governo assume sua responsabilidade" e "iniciou a requisição de pessoal para ser efetivada às 14h00" em um depósito perto de Dunquerque (norte), disse à AFP uma fonte do gabinete da primeira-ministra Elisabeth Borne.

Esta manhã, uma dúzia de policiais estava em frente ao depósito da TotalEnergies em Mardyck, onde cerca de trinta funcionários protestavam na entrada, segundo um jornalista da AFP.

Forçar os grevistas a trabalhar é uma medida excepcional. O principal precedente remonta a 2010, quando o governo do conservador Nicolas Sarkozy requisitou trabalhadores de refinarias em greve contra a reforma previdenciária.

Na quarta-feira, o governo já havia ativado uma medida semelhante em um depósito da Esso-ExxonMobil na refinaria Gravenchon-Port-Jérôme (norte), após críticas à inação da qual o presidente liberal Emmanuel Macron teve que se defender.

"Sempre há uma tendência de passar a batata quente para o governo. [Mas] não podemos assumir tudo", disse Macron na quarta-feira à noite em entrevista à France 2, chamando a responsabilidade para a TotalEnergies e ao sindicato CGT.

De acordo com uma pesquisa da Elabe para a rede BFMTV, uma pequena maioria dos franceses apoia a mobilização dos funcionários da TotalEnergies e da Esso-ExxonMobil: 42% aprovam, 40% desaprovam e o restante se diz indiferente.

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O ministro da Economia, Bruno Le Maire, exortou nesta quinta-feira a TotalEnergies a "aumentar os salários", já que o grupo obteve mais de 10 bilhões de dólares em lucros no primeiro semestre de 2022 em parte devido à subida dos preços.

Minutos depois, a gigante francesa anunciou em comunicado enviado à AFP um bônus "excepcional" de um mês de salário para seus funcionários no mundo, que será adicionado a um aumento salarial de 6% para seus funcionários na França em 2023.

A central sindical CGT, à qual a FO se juntou na quarta-feira, reivindica um aumento de 10% em 2022 - 7% devido à inflação e 3% devido à distribuição de lucros -, mas a administração dessa empresa está aberta a negociar apenas o salário de 2023.

"Não se negocia na mídia", disse à AFP o coordenador da CGT  Éric Sellini, para quem esse "desprezo pelas organizações e pelos grevistas" por parte da direção "não vai melhorar o clima prevalecente".

A CGT, que anunciou um recurso urgente contra a requisição no depósito da Esso-ExxonMobil, considera que esta medida  deve prolongar a greve.

A iniciativa pode, de fato, aumentar a tensão social na França, onde, em um contexto de inflação alta e apelos à economia de energia devido à guerra na Ucrânia, o governo prepara o terreno para aprovar uma polêmica reforma previdenciária.

A primeira tentativa de Macron de adiar a aposentadoria de 62 para 65 anos gerou protestos massivos em 2019 e 2020.

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