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Negociação política na Itália e presidente busca solução

Líder centro-esquerdista Pier Luigi Bersani fracassou em tentativa de formar um governo. Solução de impasse no país ficará a cargo do presidente Giorgio Napolitano


	Líder do Partido Democrático, Pier Luigi Bersani, reage durante coletiva de imprensa, após reunião com o presidente italiano, Giogio Napolitano, no palácio presidencial de Quirinale, em Roma.
 (REUTERS/Tony Gentile)

Líder do Partido Democrático, Pier Luigi Bersani, reage durante coletiva de imprensa, após reunião com o presidente italiano, Giogio Napolitano, no palácio presidencial de Quirinale, em Roma. (REUTERS/Tony Gentile)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2013 às 20h17.

Roma - O líder centro-esquerdista Pier Luigi Bersani fracassou em sua tentativa de formar um governo depois da inconclusiva eleição italiana de fevereiro, e agora caberá ao presidente Giorgio Napolitano buscar outra solução para o impasse político no país, disse a assessoria do palácio presidencial na quinta-feira.

Bersani se reuniu com Napolitano na noite de quinta-feira (hora local) para informar sobre o resultado negativo da sua tentativa de formar um governo. O seu bloco de centro-esquerda elegeu a maior bancada, mas não conseguiu formar maioria no Senado.

Fontes oficiais disseram que Napolitano, de 87 anos, iniciará na sexta-feira uma nova rodada de consultas com os partidos.

Um porta-voz de Bersani disse que ele não desistiu de formar um governo, mas o partido centro-direitista Povo da Liberdade, do ex-premiê Silvio Berlusconi, ironizou o líder rival, dizendo que ele gastou um mês numa infrutífera busca de apoio.

Bersani, do Partido Democrático, rejeitou as ofertas de Berlusconi para formar uma coalizão ampla unindo esquerda e direita. Por outro lado, ele foi esnobado pelo alternativo Movimento 5 Estrelas, do comediante Beppe Grillo, que recusa qualquer aliança com os partidos tradicionais.

Napolitano já disse que é contra a convocação de novas eleições, mas suas opções estão fortemente limitadas. Elas incluem a nomeação de alguma personalidade de fora dos partidos para comandar um gabinete de tecnocratas - situação igual à do atual premiê interino, Mario Monti -, ou então a formação de uma coalizão transpartidária.

A possibilidade de Monti permanecer no cargo diminuiu nesta semana, quando a repentina demissão do chanceler Giulio Terzi expôs tensões dentro do governo interino.

Mas o fracasso de Bersani em costurar um acordo mostra que até um novo governo tecnocrata pode ter dificuldades em ser aprovado no dividido Parlamento, ampliando as chances de que uma nova eleição seja convocada.


No entanto, isso só poderá acontecer depois que o Parlamento eleger um novo presidente para o lugar de Napolitano, cujo mandato termina em meados de maio. Pela Constituição, um presidente não pode convocar eleições em final de mandato.

Até mesmo essa tarefa é complicada, porque Berlusconi deseja indicar o novo chefe de Estado, algo que Bersani rejeita.

O impasse na Itália, que tem a terceira maior economia da zona do euro, é observado com crescente preocupação na Europa, onde a crise do Chipre já causa inquietação nos mercados.

Na quinta-feira, o principal indicador da confiança dos mercados - a diferença nos juros pagos entre Itália e Alemanha nos seus títulos públicos com vencimento em dez anos - subiu para 350 pontos-base, cerca de 30 pontos a mais do que antes da eleição de 24 e 25 de fevereiro.

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