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Fox News encerra contrato com apresentador acusado de assédio

Bill O'Reilly afirmou que era "vulnerável a processos na Justiça por parte de pessoas que querem que ele pague para evitar publicidade negativa"

Bill O'Reilly: o apresentador ocupou um papel central na programação da Fox News por 21 anos com sua retórica ultraconservadora e seu estilo agressivo de entrevistar (Brendan McDermid/Reuters)

Bill O'Reilly: o apresentador ocupou um papel central na programação da Fox News por 21 anos com sua retórica ultraconservadora e seu estilo agressivo de entrevistar (Brendan McDermid/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de abril de 2017 às 17h37.

Última atualização em 19 de abril de 2017 às 17h45.

A empresa que controla o canal de televisão Fox News anunciou nesta quarta-feira que terminou sua relação com o apresentador conservador Bill O'Reilly, o mais assistido nos Estados Unidos, por conta de uma série de denúncias de assédio sexual.

"Depois de uma cuidadosa revisão das alegações, a empresa e Bill O'Reilly concordaram que ele não retornará ao canal Fox News", informou a empresa 21st Century Fox em um comunicado.

Diante da avalanche de denúncias, O'Reilly decidiu há uma semana suspender temporariamente seu programa "O'Reilly Factor" e tirar férias, embora a fuga generalizada de anunciantes tenha selado o destino do programa e do apresentador.

O'Reilly, que ocupou um papel central na programação da Fox News por 21 anos com sua retórica ultraconservadora e seu estilo agressivo de entrevistar, pensava em retomar as atividades em 24 de abril.

Em março, o jornal The New York Times noticiou que O'Reilly e o canal Fox haviam pago um total de 13 milhões de dólares a cinco mulheres para colocar um ponto final às acusações de assédio sexual contra o famoso apresentador.

No acordo, as cinco mulheres se comprometeram a manter silêncio sobre as denúncias e a renunciar a novos processos na justiça.

O'Reilly nunca negou diretamente as alegações, mas afirmou que era "vulnerável a processos na Justiça por parte de pessoas que querem que ele pague para evitar publicidade negativa".

Outra mulher, entretanto, se nega a retirar a denúncia de assédio sexual, já que não deseja uma compensação financeira, mas um pedido público e formal de desculpas.

Há menos de um ano, Roger Ailes, um executivo que ajudou a construir a Fox News, também teve que renunciar e se afastar da empresa em meio a denúncias de assédio sexual.

Há duas semanas, o presidente Donald Trump, admirador de Bill O'Reilly e espectador diário da Fox News, saiu em defesa do apresentador, a quem chamou de "uma boa pessoa".

Nesta mesma quarta-feira, o presidente da ONG Media Matters, Angelo Carusone, apontou que a saída de O'Reilly não obedeceu uma política firme da Fox News contra o assédio sexual, mas à saída dos anunciantes de seu programa.

"A Fox News não merece elogios pelo assédio em escala industrial que seus funcionários foram forçados a tolerar", apontou.

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