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Fotos revelam o lixo que se acumula nas profundezas do mar

A maior parte dos detritos consiste de objetos de plástico, seguidos por artigos de metal, materiais 100% recicláveis, mostra estudo do Instituto de Pesquisa Monterey Bay Aquarium (MBARI)

Um jovem bodião-vermelho se esconde em um sapato a 472 metros de profundidade (© 2010 MBARI)

Um jovem bodião-vermelho se esconde em um sapato a 472 metros de profundidade (© 2010 MBARI)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 14h43.

São Paulo - Sacos de plástico, latas de alumínio e restos de equipamentos de pesca não só enchem as nossas praias, mas se acumulam em áreas além-mar, como a "Grande Mancha de Lixo do Pacífico", um aglomerado de detritos flutuantes que tem quase o tamanho do estado americano do Texas.

Agora, um artigo escrito por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Monterey Bay Aquarium (MBARI) mostra que o lixo também é fonte de poluição nas profundezas dos oceanos. Com auxílio de robôs, os cientistas mergulharam a quase 4 mil metros nas águas do Monterey Canyon, um canion submarino dos Estados Unidos.

Foram 22 anos de estudo e mais de 22 mil horas de vídeo que registraram tudo quanto era animal e objeto que passasse em frente às lentes.  A maior parte dos detritos, cerca de um terço do total, consistiu de objetos feitos de plástico. Desses, mais da metade eram sacos de plástico, que são potencialmente perigosos para a vida marinha, porque eles podem sufocar os organismos que se enroscam neles ou os consomem.

Os objetos de metal foram o segundo tipo mais comum de detritos observados neste estudo. Cerca de dois terços desses objetos eram de alumínio, aço ou latas. Outros detritos comum incluíam cordas, equipamentos de pesca, garrafas de vidro, papel e artigos de pano.

Detritos, como caixas de metal e até sapatos, nas áreas de fundo lamacento foram frequentemente utilizados como abrigo pelos animais ou serviam de apoio. Embora tais associações pareçam beneficiar os animais, elas também refletem o fato de que o lixo marinho está criando mudanças nas comunidades biológicas naturais existentes.

Kyra Schlining, que liderou o estudo, observa: "A coisa mais frustrante para mim é que a maioria do material que vimos, de vidro, metal, papel e plástico pode ser reciclado".

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