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Fórum Social Mundial define plano de ação contra desigualdades

Cerca de 45 mil pessoas procedentes de 1,2 mil organizações de 130 países participam da 11ª edição do evento

Menino africano: Fórum Social está debatendo muito a situação na África (Christopher Furlong/Getty Images)

Menino africano: Fórum Social está debatendo muito a situação na África (Christopher Furlong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 17h10.

Dacar - Com uma forte presença africana e latino-americana, o Fórum Social Mundial buscou nesta quinta-feira em Dacar (Senegal) pontos de convergência em relação às ações a serem adotadas para reduzir as desigualdades no mundo.

Cerca de 45 mil pessoas procedentes de 1,2 mil organizações de 130 países participam do 11º Fórum Social Mundial, que começou no domingo e termina na próxima sexta-feira.

Tomas Sommer, da coalizão Flotilha da Liberdade, que planeja voltar a tentar romper o bloqueio israelense a Gaza em maio, disse nesta quinta-feira à Agência Efe que apresentará no fórum uma proposta para mobilizar pessoas de todo o mundo a apoiar este projeto.

Sua coalizão pedirá uma mobilização popular quando a flotilha - que deverá ser composta por cerca de 25 navios - estiver chegando a seu destino.

Para Alicia Sánchez, da associação chilena de ONGs Acción, o que mais se destacou neste fórum foi a força de África e América Latina.

"Os latino-americanos vieram com muita força" para esta cooperação, disse à Efe, ao ressaltar que os debates destes dias tiveram um forte conteúdo africano, assim como os temas indígenas dominaram o fórum de Belém (Pará).

Nesses dois últimos dias estão sendo realizadas no fórum assembléias nas quais as organizações, redes e movimentos se unem para avaliar e definir planos de ação.

Um total de 50 plataformas de ONGs de todo o mundo, assim como outros tipos de organizações e movimentos, apresentam suas propostas, que serão submetidas à votação em uma assembleia na sexta-feira.


A mudança climática, a desigualdade, o financiamento ao desenvolvimento e a distribuição da terra são alguns dos temas centrais do Fórum Social Mundial.

"A aposta da América Latina está no tema da desigualdade" social, disse Alicia, quem, por outro lado, manifestou sua preocupação com a mulher africana no meio rural, ao ressaltar que estas cultivam a terra, mas não são suas proprietárias.

Para Damien Hazard, da Associação Brasileira de ONGs (Abong) "um dos grandes desafios é a diplomacia não-governamental", que consiste em "tentar influenciar os Governos e organismos internacionais sobre os novos paradigmas de desenvolvimento".

"Temos que ter mais influência sobre os Governos, preservando nossa autonomia como sociedade civil e tentando buscar outras ideias", disse Hazard à Efe.

"Os Objetivos do Milênio não bastam", ressaltou Hazard.

"A democracia só será fortalecida se a sociedade civil for autônoma e tiver sua própria voz", acrescentou.

Antonio Madariaga, da Corporação Viva a Cidadania, da Colômbia, também participa nesta quinta-feira de uma assembleia preparatória para o Fórum Social Mundial que será realizado no Rio de Janeiro em 2012, no qual se celebrarão os 20 anos de história do evento.

"Vamos tratar da mudança climática e, de maneira particular, da água", disse Madariaga em declarações à Efe.

Antes da reunião no Rio de Janeiro, está previsto outro encontro preparatório em Durban (África do Sul), onde "certamente teremos uma primeira aproximação a projetos concretos", disse o ativista colombiano.

Madariaga, assim como a maioria dos participantes do fórum, criticou a má organização do evento, sobre o qual declarou que a "logística foi lamentável" diante da falta de cooperação das autoridades da Universidade de Dacar, onde acontece o encontro.

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