Crianças sírias em um campo de refugiados na fronteira com a Turquia (Baraa al-Halabi/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2015 às 22h30.
As forças de segurança turcas usaram jatos d'água e lançaram tiros de advertência, neste sábado, para afastar milhares de refugiados sírios da fronteira, de acordo com um fotógrafo da AFP no local.
Os refugiados se aglomeram na fronteira, tentando fugir dos combates entre curdos e jihadistas do Estado Islâmico (EI).
Em meio aos duros combates entre os combatentes curdos e o EI pelo controle do povoado fronteiriço sírio de Tal Abyad, milhares de pessoas fugiram nos últimos dias na direção da cidade turca de Akcakale, no sudeste.
Hoje, as passagens estavam bloqueadas e as forças turcas enviadas para a fronteira impediram o avanço dos refugiados. Enquanto isso, continua a pressão diante da iminente chegada de mais pessoas em fuga da violência.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) havia anunciado mais cedo que as Unidades de Proteção Popular (YPG), as milícias curdas, avançaram cerca de 10 km rumo a essa localidade controlada pelo EI.
Segundo um jornalista da AFP na região, apesar do avanço das forças curdas, a bandeira preta do EI continua hasteada na localidade.
À tarde, vários suspeitos de pertencerem ao grupo extremista, com barba, roupa de combate e portando armas, aproximaram-se da fronteira e "estimularam" os civis sírios a voltar para Tal Abyad, enquanto soldados turcos observavam a cena.
Alguns começaram a recuar, mas, depois, todos voltaram para passar a noite perto da fronteira.
Na quinta-feira, a Turquia anunciou estar tomando medidas para limitar o fluxo de refugiados sírios. Nos últimos dias, chegaram até 13.500 pessoas, fugindo dos combates em Tal Abyad, disseram autoridades turcas.
Sob a premissa de uma política de "portas abertas" defendida pelo presidente Recep Tayyip Erdogan, a Turquia acolheu 1,8 milhão de refugiados desde o início do conflito sírio, em 2011.
Cada vez mais incomodado com a indiferença do Ocidente em relação ao êxodo do povo sírio, o governo de Ancara disse em abril passado ter gasto quase 5,5 bilhões de dólares para acolher os refugiados desde 2011.