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Forças russas recuam e estão se retirando de Kharkiv, diz Ucrânia

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, afirmou que o país está “entrando em uma nova fase da guerra"

Trabalhadores limpam escombros em cima de um prédio destruído por bombardeios há um mês em Cherkaske, leste da Ucrânia, em 11 de maio de 2022, em meio à invasão russa da Ucrânia (YASUYOSHI CHIBA/AFP/Getty Images)

Trabalhadores limpam escombros em cima de um prédio destruído por bombardeios há um mês em Cherkaske, leste da Ucrânia, em 11 de maio de 2022, em meio à invasão russa da Ucrânia (YASUYOSHI CHIBA/AFP/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de maio de 2022 às 19h01.

Tropas russas estão se retirando de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, depois de bombardeá-la por semanas, disseram militares ucranianos neste sábado (14), enquanto as forças de Kiev e Moscou travam batalha pelo centro industrial do leste do país.

O Estado-maior da Ucrânia disse que os russos estavam se afastando de Kharkiv, no nordeste do país, e se concentrando na guarda de rotas de abastecimento, enquanto lançavam morteiros, artilharia e ataques aéreos na província oriental de Donetsk para “esgotar as forças ucranianas e destruir fortificações”.

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, afirmou que o país está “entrando em uma nova fase - de longo prazo - da guerra”.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que os ucranianos estão fazendo seu "máximo" para expulsar os invasores e que o resultado da guerra dependerá do apoio da Europa e de outros aliados. “Ninguém hoje pode prever quanto tempo essa guerra vai durar”, disse Zelenski em discurso em vídeo na noite de sexta-feira.

Em uma demonstração de apoio, uma delegação do Senado dos Estados Unidos liderada pelo líder republicano, Mitch McConnell, se encontrou com o presidente ucraniano neste sábado, em Kiev. Um vídeo postado na conta do Telegram de Zelenski mostrou McConnell e os senadores republicanos Susan Collins, John Barrasso e John Cornyn cumprimentando-o.

A viagem ocorreu depois que um senador americano, Rand Paul, bloqueou até a próxima semana a aprovação de uma ajuda de mais US$ 40 bilhões para a Ucrânia. Já a União Europeia vai doar mais 500 milhões de euros ao país, que está sob ataque da Rússia há mais de dois meses.

Depois que as forças russas não conseguiram capturar Kiev, o presidente russo, Vladimir Putin, mudou seu foco para o leste, de olho no Donbas, uma região industrial onde as tropas ucranianas lutam contra os separatistas apoiados por Moscou desde 2014.

A ofensiva da Rússia visa cercar as tropas mais experientes e melhor equipadas da Ucrânia, que estão baseadas no leste, e capturar partes do Donbas que permanecem sob controle da Ucrânia.

Ataques aéreos e barragens de artilharia tornam extremamente perigoso para os repórteres se deslocarem no leste, dificultando os esforços para obter uma visão completa da direção que os combates estão tomando. Mas a batalha parece ser um vai-e-vem sem grandes avanços de nenhum dos lados.

A Rússia capturou algumas vilas e cidades do Donbas, incluindo Rubizhne, uma cidade com uma população pré-guerra de cerca de 55 mil habitantes. Zelenski disse que as forças da Ucrânia também fizeram progressos no leste, retomando seis cidades e vilarejos ucranianos no último dia.

Kharkiv, que fica a apenas 80 quilômetros a sudoeste da cidade russa de Belgorod, sofreu semanas de intenso bombardeio. A cidade tinha uma população pré-guerra de 1,4 milhão e era um objetivo russo importante no início da guerra, quando Moscou esperava capturar e manter as principais cidades ucranianas.

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