Combates no Iêmen: um dia depois da reconquista de Huta, capital da província de Lahj, ao norte de Áden, as forças pró-governamentais cercavam os rebeldes que fugiam desta cidade e da base aérea de Al-Anad (Taha Saleh/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2015 às 15h34.
As forças pró-governamentais perseguiam nesta quarta-feira no sul do Iêmen os rebeldes huthis, que batiam em retirada, depois de terem perdido a cidade portuária de Áden e a base aérea mais importante do país após quatro meses de guerra.
Um dia depois da reconquista de Huta, capital da província de Lahj, ao norte de Áden, as forças pró-governamentais cercavam os rebeldes que fugiam desta cidade e da base aérea de Al-Anad, informaram fontes militares. Estavam encurralados na região de Wadi al-Husseini, na estrada que une Huta com Al-Anad.
Segundo o ministério da Defesa iemenita, a base aérea estratégica foi recuperada graças a uma ofensiva lançada com o apoio aéreo e com material da coalizão árabe sob o comando da Arábia Saudita.
Esta coalizão atuou no dia 26 de março no Iêmen para apoiar o presidente Abd Rabo Mansur Hadi, exilado em Riad.
Ao menos 39 rebeldes e 17 combatentes leais morreram nas últimas 24 horas em combates em Huta, que também deixaram dezenas de feridos, informaram fontes médicas e militares.
"Huta está sob controle" depois das operações da noite e desta manhã, afirmou uma fonte militar nesta quarta-feira, no dia em que é esperada a primeira visita do governador de Lahj a esta cidade desde que em março caiu em poder dos rebeldes.
Para reforçar seu controle sobre Áden, a segunda cidade do Iêmen, as forças pró-governamentais reconquistaram a província de Lahj no norte e tentavam recuperar a de Abyane, mais a leste, cuja capital Zinjibar segue sob controle dos insurgentes.
Reconquistar Abyan e Taez
Um porta-voz das forças pró-governamentais anunciou nesta quarta-feira que a liberação de Zinjibar se encontra cada vez mais próxima.
Em um comunicado publicado pela agência governamental Saba, acrescentou que seus homens "desferiram golpes duros" na província de Abyan.
Riad Kahwaji, chefe do Instituto para Assuntos militares no Oriente Médio e no Golfo, estima que os huthis e seus aliados são "incapazes de deter a ofensiva" das forças leais, que estão prestes a "conquistar rapidamente Abyan e Taez (sudeste)", a terceira cidade do Iêmen.
Segundo ele, os leais controlam o espaço aéreo e também se "beneficiam do apoio de forças terrestres desta coalizão, que desembarcaram recentemente em Áden com material militar moderno, como tanques e peças de artilharia".
Depois do revés sofrido em Áden, o chefe da rebelião, Abdelmalek al Huti, afirmou na segunda-feira estar disposto a uma solução política para o conflito. "Acolhemos todo esforço procedente de qualquer parte neutra árabe ou internacional", disse.
Na frente humanitária, um avião militar saudita pousou nesta quarta-feira no aeroporto de Áden, onde desembarcou 25 toneladas de ajuda, constatou a AFP.
Em Bruxelas, a Comissão Europeia anunciou uma nova ajuda humanitária de 12 milhões de euros ao Iêmen, onde considera que a situação é catastrófica.
Os huthis, uma minoria xiita que conta com a ajuda de unidades do exército partidárias do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, lançaram no ano passado uma ofensiva. Partindo de Saada, seu reduto no norte do Iêmen, conseguiram se apoderar da capital, Sanaa, e de setores do norte, do centro e do oeste do país.
Para deter seu avanço ao sul, a Arábia Saudita se colocou em março à frente de uma coalizão árabe que realiza uma ofensiva aérea contra os rebeldes, apoiados pelo Irã.