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Forças iraquianas se aproximam de subúrbios de Mosul

A ofensiva contra a segunda cidade do Iraque entrou em sua terceira semana e dezenas de localidades já foram tomadas dos extremistas

Mosul: desde 17 de outubro, dezenas de milhares de membros das forças de segurança avançam nas frentes leste, sul e norte (Getty Images)

Mosul: desde 17 de outubro, dezenas de milhares de membros das forças de segurança avançam nas frentes leste, sul e norte (Getty Images)

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AFP

Publicado em 31 de outubro de 2016 às 16h47.

As forças iraquianas precisavam conquistar nesta segunda-feira apenas uma localidade antes de se posicionar na periferia leste de Mosul, reduto do grupo extremista Estado Islâmico (EI), pressionado por todos os lados.

A ofensiva contra a segunda cidade do Iraque entrou em sua terceira semana e dezenas de localidades situadas nas planícies de seus arredores foram tomadas dos extremistas com o apoio da força aérea e da artilharia da coalizão internacional liderada por Washington.

As forças iraquianas ainda não entraram na aglomeração de Mosul, indicou nesta segunda-feira um responsável militar iraquiano, desmentindo informações que relatavam sobre este suposto avanço.

"Não entramos no bairro de Al Karama (no leste de Mosul), nossas forças estão no povoado de Gogjali, a 2,5 quilômetros dali", explicou à AFP Abdelwahab al Saadi, um integrante de alto escalão do Comando Antiterrorista Iraquiano (CTS), uma força de elite, que opera no front leste da ofensiva.

Gogjali era, junto com a localidade de Bazwaya, um dos dois alvos fixados para esta segunda-feira pelos CTS, que avançam a partir do leste da cidade de Bartalla.

Bazwaya foi retomada e, se Gogjali cair, "na noite desta segunda-feira estaremos a 700 metros (da aglomeração) de Mosul", indicou um responsável militar do CTS, Muntadhar al Shimmari, cujos efetivos e seus comboios de veículos blindados leves enfrentam os disparos de morteiros dos extremistas.

Desde 17 de outubro, dezenas de milhares de membros das forças de segurança avançam nas frentes leste, sul e norte.

Unidades paramilitares dominadas por milícias xiitas se somaram ao início de uma ofensiva a partir do oeste para que os extremistas não consigam se movimentar livremente entre Mosul e a fronteira síria.

A coalizão internacional anunciou na sexta-feira que as forças iraquianas fariam uma pausa de dois dias para consolidar suas primeiras vitórias territoriais e se reposicionar.

Reputação duvidosa

As forças curdas reconquistaram algumas localidades ao norte e a leste de Mosul, o que lhes permitiu consolidar estas posições, enquanto no sul as forças federais sobem pelo vale do Tigre, mas ainda estão distantes das entradas da cidade onde o grupo EI proclamou seu califado em 2014.

Combatentes das Unidades de Mobilização Popular (Hashd al Shaabi), uma coalizão de milícias xiitas apoiadas pelo Irã, acabam de lançar uma ofensiva a oeste de Mosul.

Seu objetivo é retomar Tal Afar e cortar a linha de abastecimento extremista que enlaça Mosul com a fronteira síria. Oficialmente, estas forças não participarão da libertação de Mosul, onde a comunidade sunita é majoritária.

Alguns de seus comandantes, no entanto, não encaram a situação da mesma forma.

Estas milícias de reputação duvidosa foram acusadas de ataques religiosos em zonas sunitas previamente libertadas do jugo extremista, como Fallujah ou Ramadi, a oeste.

- Guerra urbana -

Quando estiverem posicionadas ao redor de Mosul, as forças iraquianas devem iniciar um cerco e tentar abrir corredores para facilitar a evacuação dos habitantes, que os extremistas utilizam como "escudos humanos".

Depois deverão travar uma guerra urbana contra entre 3.000 e 5.000 extremistas, segundo as estimativas americanas, entrincheirados na aglomeração que conta com cerca de 1,5 milhão de habitantes, segundo as Nações Unidas.

Os deslocamentos de civis não são, por enquanto, maciços, mas as organizações humanitárias preveem que se intensificarão quando as forças iraquianas entrarem na aglomeração.

Mais de 17.000 pessoas deixaram suas casas nestas duas semanas de ofensiva militar e o Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) afirma que, por enquanto, não restam mais que 55.000 lugares disponíveis nos diversos acampamentos.

Nas localidades retomadas do EI, alguns civis tentam levar uma vida normal após dois anos de dominação extremista, mas a maioria destes setores ainda não são habitáveis. Serão necessários meses em algumas zonas para retirar as minas e reconstruir.

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