Imagem da Shaam News Network mostra um protesto contra o governo em Douma na noite de 21 de abril (AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2012 às 10h16.
Beirute - As forças regulares sírias lançaram um violento ataque neste domingo a Douma, cidade rebelde nas imediações de Damasco, informaram militantes no local e o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que anunciou 11 mortos no país.
"As forças do regime apoiadas por carros tomaram Douma com grande poder de fogo", anunciou o Conselho da Revolução da província de Damasco em um comunicado.
Um vídeo divulgado na internet por militantes mostra as colunas de fumaça que emergem da cidade e podem ser ouvidos disparos de armas pesadas.
Segundo o OSDH, dois civis morreram nos bombardeios a Douma neste domingo e pelo menos quatro soldados perderam a vida na explosão de uma bomba na passagem de seu veículo próximo a esta cidade.
Um civil morreu em um tiroteio em um posto de controle no povoado de Htaitat al-Turkman, também na província de Damasco.
"As forças do regime entram diariamente em Douma, mas hoje é o ataque mais forte" contra este epicentro da mobilização na região da capital, explicou à AFP Mohamad Said, membro do Conselho da Revolução da província de Damasco.
Douma, cidade de 100.000 habitantes situada a cerca de dez quilômetros de Damasco, tem sido palco de grandes manifestações contra o regime.
Mais ao norte, três civis foram mortos a tiros pelo Exército no povoado de Al-Rami, em Jabal Al-Zawiya, na região de Idleb (noroeste), segundo o OSDH.
Na litorânea Banias, um agente de segurança morreu e outros três ficaram feridos na madrugada deste domingo em uma explosão que atingiu policiais que realizavam uma patrulha, segundo a mesma fonte.
Esses incidentes ocorrem pouco depois da adoção no sábado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas por unanimidade de uma resolução que autoriza o envio de 300 observadores à Síria para supervisionar o cassar-fogo, seriamente comprometido após a morte de 200 pessoas desde sua entrada em vigor em 12 de abril.
Mais de 11.000 pessoas morreram e dezenas de milhares de pessoas foram detidas em 13 meses de revolta popular na Síria, segundo o OSDH.