De acordo com fontes militares, forças iemenitas treinadas recentemente na Arábia Saudita conseguiram cortar as vias de abastecimento dos rebeldes em algumas estradas da cidade (Taha Saleh/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2015 às 12h18.
As forças governamentais do Iêmen retomaram nesta terça-feira o aeroporto de Áden, em uma nova ofensiva contra os rebeldes, apoiados pelo Irã, com o apoio de aviões e barcos da coalizão liderada pela Arábia Saudita.
A retomada do aeroporto é a primeira operação de envergadura das forças leais ao presidente no exílio, Abd Rabo Mansur Hadi, desde a entrada no fim de março dos rebeldes em Áden, a segunda maior cidade do Iêmen e seu principal porto.
Outros setores do bairro de Khor Maksar, no centro de Áden, onde fica o aeroporto, foram reconquistados pelas forças leais a Mansur Hadi, com o apoio da aviação e dos navios de guerra da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, segundo fontes militares.
Combatentes da Resistência Popular também contribuíram na resposta aos rebeldes huthis, de confissão xiita, e seus aliados de algumas partes desta cidade, segundo fontes militares.
A batalha é parte de uma campanha militar para retomar o controle de toda a cidade, segundo uma fonte presidencial.
O chefe de gabinete do presidente Hadi, Mohamed Marem, anunciou que a ofensiva, batizada "Flecha de Ouro para a Libertação de Áden", era "diretamente supervisionada pelo presidente Hadi em Riad", a capital saudita, onde está exilado.
Os rebeldes huthis e seus aliados haviam conquistado o aeroporto de Áden em 25 de março.
De acordo com fontes militares, forças iemenitas treinadas recentemente na Arábia Saudita conseguiram cortar as vias de abastecimento dos rebeldes em algumas estradas da cidade.
Os huthis avançaram no ano passado de seu reduto do norte de Saada, com a ajuda militar de pessoas leais ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh, e conquistaram amplas faixas do território, incluindo a capital, antes de avançar para Áden.
A Arábia Saudita assumiu então a liderança de uma coalizão árabe, que executa ataques aéreos contra os rebeldes para impedir que assumam o controle total do Iêmen.
Os combates e ataques aéreos prosseguiram, apesar do cessar-fogo de seis dias declarado pela ONU e que deveria ter começado à meia-noite de sexta-feira.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, não escondeu a decepção com o fracasso da trégua humanitária no Iêmen, mas afirmou que mantém as esperanças pelo fim dos combates.
As Nações Unidas declararam nível 3 de emergência humanitária para o Iêmen, a maior na escala.
Mais de 21,1 milhões de pessoas - mais de 80% da população iemenita - precisam de ajuda e 9,4 milhões têm dificuldades de acesso à água.
De acordo com a ONU, mais de 3.200 pessoas, metade civis, morreram no conflito desde o fim de março.