Publicado em 10 de setembro de 2025 às 07h25.
Última atualização em 10 de setembro de 2025 às 08h07.
A Polônia confirmou nesta quarta-feira, 10, que abateu drones que invadiram seu espaço aéreo, marcando a primeira vez que um país membro da Otan responde com disparos desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. A Rússia negou o ataque
O caso aconteceu durante um ataque aéreo russo em grande escala contra a Ucrânia, quando 19 objetos não identificados entraram no espaço aéreo polonês. A Polônia, segundo militares do país, agiu rapidamente, “destruindo aqueles que representavam uma ameaça à segurança nacional”.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, ativou o artigo 4º do tratado da Otan, que permite que os membros solicitem consultas na aliança se perceberem que sua segurança ou integridade territorial estão em risco.
"Não há motivo para dizer que estamos em um estado de guerra, mas a situação é significativamente mais perigosa do que as anteriores", afirmou durante uma reunião no Parlamento nesta quarta-feira. Segundo Tusk, um conflito de grande escala "está mais próximo do que em qualquer outro momento desde a Segunda Guerra Mundial".
O primeiro-ministro descreveu a situação como uma provocação em larga escala, afirmando que a Polônia está pronta para responder a tais desafios de forma firme. De acordo com ele, nenhuma vítima foi registrada, mas a Polônia está preparada para possíveis futuros ataques.
O Comando Operacional das Forças Armadas afirmou no X que armas foram mobilizadas e operações estão em andamento para localizar os destroços. Moradores próximos às áreas atingidas foram orientados a permanecer em casa.
Como medida de precaução, o Aeroporto Internacional de Varsóvia e pelo menos dois outros — incluindo os de Rzeszów-Jasionka e Lublin — foram fechados, segundo Avisos aos Aviadores (NOTAM, na sigla em inglês) publicados pela Administração Federal de Aviação dos EUA. Os documentos citam “atividades militares não planejadas relacionadas à segurança do Estado”.
O Comando Operacional destacou ainda que os sistemas de defesa aérea e radares atingiram o mais alto nível de prontidão, com aeronaves polonesas e da Otan mobilizadas. “As Forças Armadas polonesas estão totalmente preparadas para uma resposta imediata”, disse a nota.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, confirmou à CNN ter sido informado sobre a presença de drones russos no espaço aéreo da Polônia. Mais cedo, a Força Aérea ucraniana chegou a publicar que os aparelhos ameaçavam a cidade polonesa de Zamosc, mas a declaração foi retirada posteriormente, segundo a Reuters.
O episódio ocorre às vésperas do início dos exercícios militares Zapad 25, que serão realizados na Bielorrússia e no oeste da Rússia. As manobras de larga escala despertam preocupação na Polônia e nos países bálticos vizinhos, como Lituânia e Letônia.
“Na sexta-feira, começam as manobras russo-bielorrussas, muito agressivas do ponto de vista da doutrina militar, e realizadas muito perto da nossa fronteira”, afirmou o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, em reunião de governo.
Diante do cenário, Tusk anunciou que, a partir da meia-noite de quinta-feira, a Polônia fechará completamente sua fronteira com a Bielorrússia, incluindo passagens ferroviárias. A medida busca reforçar a segurança nacional frente ao aumento das tensões na região.