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Forças bolivianas desbloqueiam rota vital que estava obstruída por apoiadores de Evo Morales

Camponeses mantinham em Mairana um dos mais importantes pontos de bloqueio desde que os protestos começaram há 22 dias

Forças de segurança chegam à rota bloqueada por seguidores do ex-presidente Evo Morales em Mairana, no departamento de Santa Cruz, Bolívia, em 4 de novembro de 2024 (AFP)

Forças de segurança chegam à rota bloqueada por seguidores do ex-presidente Evo Morales em Mairana, no departamento de Santa Cruz, Bolívia, em 4 de novembro de 2024 (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 4 de novembro de 2024 às 18h57.

Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 19h46.

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Policiais e militares desbloquearam, nesta segunda-feira, 4, uma importante rodovia em Santa Cruz, departamento mais rico da Bolívia, que havia sido obstruída por apoiadores do ex-presidente Evo Morales, investigado pelo suposto estupro de uma menor em 2015.

Com pedras, troncos e entulhos, os camponeses mantinham em Mairana um dos mais importantes pontos de bloqueio desde que os protestos começaram há 22 dias.

"Mairana acaba de ser liberada por uma operação conjunta das forças de segurança", anunciou nesta segunda-feira Eduardo del Castillo, ministro do Governo. "Temos pelo menos dez pessoas detidas", acrescentou em sua página no Facebook.

Os efetivos entraram nesta segunda-feira sem dificuldades na pequena localidade, que se encontra no meio da rota utilizada pelas empresas agroindustriais de Santa Cruz para levar seus produtos a La Paz e aos portos do Oceano Pacífico.

Não houve incidentes graves nem foram registrados feridos durante a intervenção. Após a desocupação dos manifestantes, máquinas pesadas entraram para remover os obstáculos que impediam o trânsito de veículos.

Na sexta-feira, a polícia já havia conseguido desativar outro importante bloqueio em Parotani, uma via crucial que une Cochabamba (centro) a Oruro e La Paz.

Quinze pontos de bloqueio ainda persistem no país, a maioria em Cochabamba, reduto político de Evo Morales, segundo a estatal Administradora Boliviana de Estradas.

Os protestos começaram em 14 de outubro por camponeses aliados a Evo Morales para exigir o "fim da perseguição judicial" contra ele.

O líder cocaleiro é investigado pelos supostos crimes de "estupro, tráfico e exploração de pessoas". Morales acusa o governo de querer impedi-lo de concorrer nas eleições de 2025.

O ex-presidente iniciou, na sexta-feira, uma greve de fome na localidade cocaleira de Lauca Ñ, em Cochabamba, para pressionar o diálogo entre o governo de Luis Arce e os manifestantes.

"[Pedi] diálogo imediato e que se estabeleçam duas mesas de diálogo (...). E a resposta do governo foi prender" mais de 50 manifestantes, disse Morales no domingo em uma breve entrevista à AFP.

Até a noite de domingo, os confrontos entre civis e forças de segurança deixaram um saldo de 154 detidos e 127 feridos, 92 deles policiais, segundo um balanço oficial do Ministério do Governo (Interior).

O governo responsabiliza Morales pelos bloqueios e por instigar seus seguidores a tomarem, desde a última sexta-feira, pelo menos três quartéis e cerca de 200 militares como "reféns".

"Para um diálogo real em termos políticos e econômicos, precisamos do apoio de organismos e personalidades internacionais", escreveu Morales nesta segunda-feira na rede social X.

Morales está em conflito com Arce, seu ex-ministro da Economia, pela candidatura presidencial do partido governista para as eleições de 2025, embora por enquanto apenas o ex-mandatário tenha revelado sua intenção de concorrer.

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