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Premiê britânica vai pedir curta extensão do Brexit em carta à UE

Uma extensão mais longa pode forçar o Reino Unido a participar nas eleições europeias em maio

Theresa May: premiê britânica terá de convencer os 27 países da União Europeia para aprovar novo acordo do Brexit (Daniel Leal-Olivas/Reuters)

Theresa May: premiê britânica terá de convencer os 27 países da União Europeia para aprovar novo acordo do Brexit (Daniel Leal-Olivas/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de março de 2019 às 06h26.

Última atualização em 20 de março de 2019 às 08h24.

Londres — A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, não solicitará à União Europeia (UE) uma prorrogação prolongada do "Brexit", segundo informações passadas nesta quarta-feira por fontes oficiais.

"A primeira-ministra não pedirá uma longa extensão, pois há razões para dar ao Parlamento um pouquinho mais de tempo para chegar a um acordo e desbloquear a crise do Brexit", indicou uma fonte da residência oficial de Downing Street.

"O povo deste país esteve esperando quase três anos (para a saída do Reino Unido da UE). Está farto com o fracasso do Parlamento na hora de tomar uma decisão e a primeira-ministra compartilha dessa frustração", disse a fonte, antes que Theresa May escreva ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para pedir a extensão do prazo, cuja data oficial é o próximo dia 29.

Segundo alguns veículos de imprensa, a chefe do governo conservador pode solicitar o adiamento do "divórcio" britânico para até o dia 22 de maio, muito antes da data prevista para começar, dia 30 de junho.

Uma extensão mais longa pode forçar o Reino Unido a participar nas eleições europeias em maio.

Mais cedo, o Ministro de Educação britânico, Damian Hinds, disse à BBC que um adiamento curto é a opção certa. "Acho que as pessoas estão um pouco cansadas de esperar o Parlamento se acertar e aprovar um acordo", disse Hinds.

A prorrogação deve ser aprovada por unanimidade pelos outros 27 países da UE na cúpula a ser realizada amanhã em Bruxelas, que contará com a presença da primeira-ministra.

Se esta extensão da validade do artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que estabelece um período de negociação de dois anos a partir do momento da notificação da partida de um país membro, for concedida, o Reino Unido terá que legislar a mudança da data, pois os deputados aprovaram no ano passado a lei que fixa o dia 29 de março para a saída de Bruxelas.

Custo político e econômico

Qualquer adiamento do Brexit terá um "custo econômico e político", advertiu o negociador europeu, Michel Barnier. May decidiu pedir o adiamento depois de o presidente da Câmara dos Comuns acabar com os planos da premiê de realizar uma terceira votação sobre o acordo para o Brexit. John Bercow disse que, se o acordo não tiver nenhuma mudança, não pode entrar em votação.

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