Atualmente, a Argentina cobra uma taxa de 23 % sobre as exportações do cereal, que nas últimas temporadas agrícolas levou a uma arrecadação total de cerca de entre US$ 200 e 300 milhões (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2013 às 23h35.
Buenos Aires - O governo argentino devolverá ao setor produtivo os impostos cobrados sobre as exportações de trigo, a fim de estimular o plantio recentemente iniciado, disseram fontes do setor privado e do governo nesta segunda-feira.
O objetivo do governo é impulsionar o cultivo do trigo, cuja produção tem sido muito baixa nos últimos anos, em parte devido às políticas públicas desfavoráveis.
A medida, que segundo a fonte do governo --que falou sob condição de anonimato-- será lançada oficialmente na segunda-feira à noite, será um novo incentivo aos produtores após uma permissão que as autoridades anunciaram em março para exportar 5 milhões de toneladas de trigo da temporada 2013/14, cujo plantio começa em maio.
Atualmente, a Argentina, sexto maior exportador mundial de trigo, cobra uma taxa de 23 % sobre as exportações do cereal, que nas últimas temporadas agrícolas levou a uma arrecadação total de cerca de entre 200 e 300 milhões de dólares.
O governo também mantém o controle sobre as exportações para garantir o abastecimento doméstico, como forma de evitar impacto inflacionário dos preços das commodities.
Afetados pelos impostos sobre as exportações e pelos altos custos de produção, muitos agricultores passaram a produzir culturas mais rentáveis nos últimos anos.
"A ideia é de devolver o retido (impostos sobre as exportações). É um sinal positivo", salientou a fonte, que pediu anonimato.
A bolsa de grãos de Buenos Aires estimou que a área que os produtores destinarão ao trigo na temporada 2013/14 será de 3,9 milhões de hectares, ligeiramente acima do baixíssimo nível de 3,6 milhões de hectares do ciclo agrícola anterior.
Há pouco mais de uma década, a área do cultivo passava de 7 milhões de hectares.
A colheita de trigo da Argentina --cujo principal comprador internacional é o Brasil-- foi de apenas 9 milhões de toneladas na temporada 2012/13. Isso tem feito os moinhos brasileiros a buscarem o trigo em outras origens, como a América do Norte.
As retenções são pagas diretamente pelos exportadores argentinos à alfândega. Mas eles descontam o valor correspondente dos produtores.