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Fonte do Wikileaks, Manning tem pena encurtada por Obama

Obama também anunciou a comutação das penas de outras 208 pessoas e o perdão das de 64

Chelsea Manning: Manning declarou-se culpada durante seu julgamento e pediu perdão pelo vazamento de centenas de milhares de documentos das guerras no Iraque e no Afeganistão (U.S. Army/Reuters)

Chelsea Manning: Manning declarou-se culpada durante seu julgamento e pediu perdão pelo vazamento de centenas de milhares de documentos das guerras no Iraque e no Afeganistão (U.S. Army/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 21h09.

Última atualização em 17 de janeiro de 2017 às 21h20.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira a comutação da pena da ex-soldado Chelsea Manning, que em 2010 vazou um número recorde de documentos secretos ao portal Wikileaks enquanto era analista de inteligência militar.

Manning, que se chamava Bradley, começou um tratamento de mudança para o sexo feminino e tentou se suicidar em duas ocasiões em um presídio militar do Kansas, tinha sido condenada a 35 anos de prisão e, com a comutação anunciada hoje, será liberada no dia 17 de maio.

Obama também anunciou a comutação das penas de outras 208 pessoas e o perdão das de 64.

Ao ser libertada, Manning terá passado quase quatro anos na penitenciária militar de Fort Leavenworth, no estado do Kansas, em um regime carcerário que, segundo membros de sua rede de apoio, acabaria a levando ao suicídio.

Manning declarou-se culpada durante seu julgamento e pediu perdão pelo vazamento de centenas de milhares de documentos das guerras no Iraque e no Afeganistão e de outros do Departamento de Estado, sendo condenada à maior pena para este tipo de caso na história dos EUA.

Manning começou a compilar informações sigilosas em seu posto no Iraque e a vazá-las ao portal Wikileaks, que até a contribuição do analista militar era uma organização irrelevante.

Durante o julgamento, ficou em evidência que Manning era um jovem com problemas de identidade, que ficou escandalizado pela guerra e quis provocar a mudança na política americana através dos vazamentos.

Na semana passada, a Casa Branca reconheceu a importância do arrependimento expressado por Manning, que em 2013 pediu o perdão presidencial para poder reiniciar sua vida como uma mulher.

Em entrevista coletiva, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, quis também diferenciar a situação do militar da vivida pelo ex-analista externo da Agência de Segurança Nacional (NSA), Edward Snowden, cujos vazamentos considerou muito mais graves.

Na semana passada, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, disse que se for dado o perdão a Manning, ele se entregaria às autoridades americanas para ser extraditado e sofrer acusações de espionagem.

Assange afirmou que após as publicações do Wikileaks motivadas pelos vazamentos de Mannning, a justiça sueca ressuscitou um caso de suposto abuso sexual, que ele nega, com a intenção de levá-lo à Justiça americana.

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