Dominique Strauss-Kahn, diretor do FMI, elogiou medidas do governo brasileiro (Stephen Jaffe/IMF)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2011 às 16h10.
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou hoje que discutiu com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a situação da economia internacional. Para ele, há um crescimento “bastante rápido” na Ásia e na América Latina, uma recuperação mais incerta nos Estados Unidos e lenta na Europa.
“O problema nessa recuperação em curso é duplo: o primeiro é o risco de sobreaquecimento nos países emergentes e o segundo, os problemas no Norte da África e sua consequência nos preços do petróleo se ele ficar em patamar bastante elevado”, ponderou Strauss-Kahn. “Mas prosseguimos com o cenário de que a recuperação ocorrerá”, acrescentou.
O executivo do FMI disse, em relação ao risco de sobreaquecimento nos países emergentes, que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010 evidencia essa situação. Segundo ele, o crescimento de 7,5% veio dentro do esperado pelo Fundo. Strauss-Kahn lembrou que, apesar do desempenho forte da economia, o governo brasileiro já adotou medidas fiscais e monetárias para conter o aquecimento.
“É de se esperar que economia se desacelere para um nível sustentável”, disse o diretor do Fundo, que também salientou a importância de que o crescimento não só seja sustentável ao longo do tempo, mas também seja inclusivo. Nesse sentido, ele disse que o Brasil já avançou muito, mas que ainda há trabalho a ser feito, especialmente na redução de pessoas abaixo da linha da pobreza. “Esse é um desafio para o governo”, afirmou.