Aumento de preços internos e medo de inflação são problemas das nações em desenvolvimento na América Latina (Getty Images/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2011 às 20h25.
Brasília – Apesar de registrar, atualmente, um crescimento mais moderado em relação ao ano passado, a América Latina ainda enfrenta o risco de superaquecimento provocado pelo excesso de medidas de estímulo econômico e pelos aumentos dos preços de alimentos e energia. A avaliação é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que recomendou o aumento dos juros e a contenção de gastos públicos pelos governos da região.
De acordo com o relatório Perspectivas Econômicas: As Américas, apresentado nesta semana no México, o aumento da demanda doméstica e a entrada de recursos das exportações estão impulsionando a economia na América Latina. Esse cenário, no entanto, tem pressionado os preços internos e aumentado as preocupações com relação à inflação.
"A América Latina continua crescendo a um ritmo vigoroso impulsionado por um forte aumento da demanda interna. Mas a região vem experimentando um excesso de medidas de estímulo, o que acarreta o risco de superaquecimento", destacou o documento. O FMI alertou ainda para o risco de formação de bolhas nos preços de alguns ativos caso os países não tomem medidas para desaquecer as economias.
Segundo o relatório, as pressões inflacionárias são agravadas pelo aumento nos preços internacionais dos alimentos e da energia nos últimos meses. Para conter a inflação, o fundo sugere novas elevações nas taxas de juros na América Latina. “Apesar de vários bancos centrais terem elevado as taxas de juros, são necessários novos aumentos para conter as pressões de demanda”, afirmou o documento.
Para este ano, o FMI elevou a previsão de crescimento das economias latino-americanas de 4,70% para 4,75%. Para 2013 e 2014, a projeção de crescimento é de 4%. A expansão, no entanto, é menor que os 6% registrados em 2010.
Além de medidas para conter a inflação e o crescimento, o fundo considera como desafios para a região o aumento dos déficits externos e nas contas públicas e o crescimento das importações em ritmo maior que as exportações.