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FMI pede à Europa consolidação fiscal 'crível'

Relatório do fundo recomenda que países sejam audaciosos para realizar reformas complicadas, mas que deixarão o continente mais forte no futuro

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn (Arquivo/Getty Images)

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn (Arquivo/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2010 às 07h34.

Viena - O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu hoje às nações desenvolvidas da Europa que apliquem uma "consolidação fiscal crível" para sustentar a recuperação econômica do continente e minimizar o impacto sobre o crescimento.

No relatório "Perspectivas Econômicas Regionais Para a Europa", apresentado em Viena, o FMI destaca que uma melhora da política fiscal "fomentará a credibilidade dos ajustes fiscais" aplicados pelos Governos nos últimos meses.

"Embora a política econômica dessas reformas seja complicada, ela promete uma Europa muito mais forte. Os responsáveis políticos devem aproveitar o momento e agir com audácia", recomendam os analistas do FMI.

Como já tinha antecipado em seu relatório econômico mundial no início de outubro, o FMI confirma no documento emitido hoje que o crescimento dos países da zona do euro será de 1,7% neste ano e de 1,5% em 2011.

Com esses números, a zona do euro seguirá atrás das grandes economias da Ásia e dos Estados Unidos, devido a ajustes fiscais esperados na Europa para 2011 e à rigidez estrutural, como no mercado de trabalho, de bens e de serviços.

Por sua vez, os diferenciais de crescimento no seio da União Europeia (UE) se ampliam entre os países do norte, como Alemanha e Suécia, e os do sul, como Espanha, Portugal e Grécia.


Em geral, a projeção positiva para a zona do euro contém riscos, como a possível incapacidade de alguns países de aplicar as políticas anunciadas, lembra o Fundo.

Além disso, o FMI constata a possibilidade de uma "renovada volatilidade" nos mercados financeiros e de dívida soberana no Velho Continente.

O relatório prevê também um período de baixa inflação que se estenderá até o ano que vem. Para 2010, a taxa estimada é de 1,6% e, para 2011, de 1,5%.

A mais longo prazo, a inflação na zona do euro deve se manter em torno de 2%, nível máximo imposto pelo Banco Central Europeu (BCE), segundo os analistas do FMI.

Diante da perspectiva de inflação moderada, acompanhada por um fortalecimento do setor bancário, a política monetária na Europa "pode e deve ser flexível".

"O BCE deve estar pronto para ajustar o horizonte de sua política de juros baixos e adotar medidas monetárias extraordinárias, caso recuperação seja interrompida de forma inesperada", recomenda o FMI.

Por isso, prosseguir com a consolidação fiscal é a tarefa "mais crucial" a curto prazo, embora também seja a mais difícil de sustentar.

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