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Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2010 às 16h47.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu hoje que os países desenvolvidos reduzam seu déficit em 8,75 pontos percentuais de seu Produto Interno Bruto (PIB) na próxima década, para que a dívida caia para 60% do PIB, apesar de a recuperação econômica ter aumentado a arrecadação tributária.
Como grupo, as dívidas dos países ricos cairão quatro décimos este ano, mas a redução se deve unicamente à redução da ajuda ao setor financeiro nos Estados Unidos, acrescentou o FMI, que publicou hoje dois relatórios sobre a situação fiscal no mundo.
Se esse fator fosse suprimido, os déficits dos países desenvolvidos seriam maiores em 2010 que em 2009, apesar da retomada do crescimento econômico.
Por isso, a entidade multilateral pediu planos às nações desenvolvidas para sanar as contas públicas e que os países que já percebem a pressão fiscal adotem medidas imediatas.
O FMI recomendou elevar em dois anos a idade para a aposentaria, diminuir as verbas de salários para funcionários públicos, o investimento social, os subsídios agrícolas e o orçamento militar.
Também aconselhou subir os encargos sobre os bens imobiliários, o tabaco, o álcool, os combustíveis e o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA).
Além disso, o FMI sugeriu taxar as emissões de poluição ou leiloar as permissões para emitir gases que agravam o efeito estufa, o que, além de melhorar o meio ambiente, seria uma nova fonte de renda para os Governos.
"Esse ajuste não é impossível", declarou hoje, em entrevista coletiva, Carlo Cottarelli, diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI.
Já nos países emergentes, os déficits caíram mais lentamente que o previsto, mas, mesmo assim, a situação é melhor, segundo o FMI.
Os Governos de países emergentes devem descer a brecha orçamentária em 2,2 pontos percentuais do PIB, o que deixaria sua dívida em 40% do PIB, de acordo com dados da entidade.