Mundo

FMI pede avanço urgente em reforma financeira global para evitar nova crise

Fundo, que realiza nesta semana sua reunião anual com o Banco Mundial, em Washington, destaca em seu estudo que as reformas pendentes são urgentes e difíceis

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse hoje que fica "muito a ser feito" na reforma do sistema financeiro internacional e pediu um rápido avanço nessa frente para evitar outra crise global.

"Três anos depois do começo da crise financeira global foram feitas muitas coisas para reformar o sistema financeiro global, mas fica muita coisa pendente", indicou o organismo em um estudo intitulado "Dando forma ao novo sistema financeiro".

O FMI, que realiza nesta semana sua reunião anual com o Banco Mundial, em Washington, destaca em seu estudo que as reformas pendentes são "urgentes e difíceis".

Mencionou que as políticas a serem iniciadas precisam levar em conta não só os riscos colocados por bancos individuais, mas pelo restante das instituições financeiras e do sistema em seu conjunto.

Indicou, nesse sentido, que os novos standards globais de capital estipulados no mês passado, na Suíça, pelos integrantes do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia, representam "uma melhora substancial na quantidade e qualidade do capital bancário".

Também destacou que o pacote de medidas batizado como Basiléia III afeta apenas uma parte do sistema financeiro.

O responsável pelo departamento de Assuntos Monetários e Mercados do FMI, José Viñals, insistiu, na sexta-feira, em uma reunião com um pequeno grupo de jornalistas para falar sobre o estudo divulgado hoje, que é preciso abordar os problemas das instituições que apresentam um risco sistêmico.

Se referiu, nesse sentido, aos enormes problemas desencadeados pela quebra do banco de investimento Lehman Brothers e a fatura que os contribuintes americanos tiveram que pagar para resgatar a seguradora AIG.

Lembrou, além disso, que a atual crise foi "extraordinariamente custosa" do ponto de vista do crescimento, do emprego e da dívida pública.

Mencionou que dada a natureza global da crise, é necessário construir um novo sistema financeiro global que seja seguro, algo que, insistiu, só é possível conseguir mediante a cooperação internacional.

Disse que, apesar dos reguladores e do sistema público terem um importante papel no desenho do novo sistema, é o setor privado que tem que implementá-las e atuar de forma consistente com as regulamentações aprovadas.

Viñals indicou que também é preciso assegurar que os mercados financeiros sejam mais seguros, principalmente os mercados de derivados.

Lembrou que o mercado de derivados mundial alcança US$ 600 trilhões e que tem a capacidade de desencadear um efeito dominó.

Para finalizar, o FMI pediu hoje o início de um sistema que permita a dissolução de instituições financeiras sem que isso ponha em perigo a integridade do sistema.

Para Viñals, isso equivale a dizer que se uma empresa como Lehman Brothers quebre, ela é que deve pagar a conta do enterro e não os contribuintes de todo o mundo. EFE

Leia mais sobre economia

Acompanhe as notícias de Mundo do site EXAME no twitter

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasFiscalizaçãoFMI

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia